Duas décadas de aumento na prevalência de nascidos vivos com anomalias congênitas no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2025.216823Palavras-chave:
Anormalidades congênitas, Idade materna, PrevalênciaResumo
Este artigo analisa a prevalência de anomalias congênitas em nascidos vivos no Brasil, bem como indica possíveis condições gestacionais e maternas associadas. Foi realizado um estudo analítico ecológico a partir da base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foram analisadas as informações referentes ao período de 2001 a 2020, no qual houve o registro de 426.754 nascidos vivos com pelo menos uma anomalia congênita. Percebeu-se um aumento consistente e gradual na prevalência das anomalias congênitas em nascidos vivos no Brasil, partindo de 56 (IC95%:55;57) a cada 10.000 nascimentos em 2001 para 88 (IC95%: 87-89) em 2020. Ademais, todas as macrorregiões do país apresentaram aumento. As malformações mais comuns ocorreram no aparelho osteomuscular, no sistema nervoso e no sistema genito-urinário. Notou-se que em 2001, 12% dos nascidos vivos com anomalia congênita tinham mães com mais de 35 anos, já em 2020 foram 23%. Conclui-se que, além do provável melhor preenchimento das Declarações de Nascidos Vivos ao longo dos anos, o aumento de nascimento a partir de gestações tardias contribuiu para a elevação da prevalência de defeitos congênitos nas duas primeiras décadas do século XXI no Brasil.
Downloads
Referências
Word Health Organization. Congenital anomalies [Internet]. 2022. [acesso em: 25 ago 2022] Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/birth-defects.
Brasil. Ministério da Saúde. Anomalias congênitas no Brasil, 2010 a 2019: análise de um grupo prioritário para a vigilância ao nascimento. Boletim epidemiológico, v. 52, n.6. Brasília. 2021.
Dicke JM. Teratology: principles and practice. Medical Clinics of North America, 73(3):567-82.1989.
Christianson AL, Howson CP, Modell B. White Plains, New York, USA: March of Dimes Birth Defects Foundation. March of dimes global report on birth defects: The hidden toll of dying and disabled children. 2006.[Acesso: 25 ago. 2022]. Disponível em: http://www.marchofdimes.com.
Organización Panamericana de la Salud. Presente y futuro de la vigilancia de defectos congénitos en las Américas. [s.l.], 2020.[Acesso em: 25 ago de 2022]. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/51964.
Brasil. Ministério da Saúde. Semanas Epidemiológicas. Boletim Epidemiológico, Brasília, v. 53, n. 7. 2022.
Luz GS, Karam SM, Dumith SC. Anomalias congênitas no estado do Rio Grande do Sul: análise de série temporal. Rev bras epidemiol [Internet]. 2019;22(Rev. bras. epidemiol., 2019 22).[Acesso em: 25 ago de 2022]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720190040.
Reis LC, Barbian MH, Cardoso-dos-Santos AC, et al. Prevalence of congenital anomalies at birth among live births in the state of Maranhão from 2001 to 2016: temporal and spatial analysis. Rev bras epidemiol [Internet]. 2021;24(Rev. bras. epidemiol., 2021 24 suppl 1). [Acesso em: 25 ago de 2022]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720210020.supl.1.
Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - Sistema de Notificações sobre Nascidos Vivos [Internet]. Brasil: Ministério da Saúde; 2022.[Acesso em: 25 ago. 2022]. Disponível em:
Organização Mundial da Saúde. CID-10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. São Paulo: EDUSP. Vol.1; 2017.
Dean AG, Dean JA, Coulombier D. et al. Epi-Info, Version 7.2.1.0: A Word Processing, Database, and Statistics Program for Epidemiology on Microcomputers. 2016. Atlanta: Centers of Disease Control and Prevention.
Gonçalves MKS, Cardoso MD, Lima RAF, et al. Prevalência e fatores associados às malformações congênitas em nascidos vivos. Acta Paulista de Enfermagem. 2021;34.
Luquetti DV, Koifman RJ. Qualidade da notificação de anomalias congênitas pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC): estudo comparativo nos anos 2004 e 2007. Cadernos de Saúde Pública, 26(9):1756-1765. 2010.
Egbe AC. Birth defects in the newborn population: race and ethnicity. Pediatrics and Neonatology, 56(3):183-8. 2015.
Dolk H, Loane M, Garne E. The prevalence of congenital anomalies in Europe. Advances in Experimental Medicine and Biology, 686: 349-64. 2010.
Portela MC, Lima SML, Ugá MAD, et al. Estrutura e qualidade assistencial dos prestadores de serviços hospitalares à saúde suplementar no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 26(2):399-408. 2010.
Silva JH, Terças ACP, Pinheiro LCB, et al. Perfil das anomalias congênitas em nascidos vivos de Tangará da Serra, Mato Grosso, 2006-2016. Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2018;27(Epidemiol. Serv. Saúde, 2018 27(3)).[Acesso em: 25 ago. 2022]. disponível em: https://doi.org/10.5123/S1679-49742018000300017.
Cooke CM, Davidge ST. Advanced maternal age and the impact on maternal and offspring cardiovascular health. American Journal Physiology Heart Circulatory Physiology, 1(2): H387-H394. 2019.
Lean SC, Derricott H, Jones, R.L, et al. Advanced maternal age and adverse pregnancy outcomes: A systematic review and meta-analysis. PLoS One, 17;12(10):e0186287. 2017.
Martin JA, Hamilton BE, Osterman MJK, et al. Births: Final Data for 2018. National Vital Statistics Reports, 68(13):1-47. 2019.
Raymo JM, Uchikoshi F, Yoda S. Marriage intentions, desires, and pathways to later and less marriage in Japan. Demographic Research, 44:67-98. 2021.
Plows JF, Stanley JL, Baker PN, et al. The Pathophysiology of Gestational Diabetes Mellitus. Internetional Journal of Molecular Sciences, 26;19(11):3342. 2018.
Wu Y, Liu B, Sun Y, et al. Association of Maternal Prepregnancy Diabetes and Gestational Diabetes Mellitus With Congenital Anomalies of the Newborn. Diabetes Care, 43(12):2983-2990. 2020.
Cimadomo D, Fabozzi G, Vaiarelli A, et al. Impact of Maternal Age on Oocyte and Embryo Competence. Front Endocrinol (Lausanne), 29(9): 1-8. 2018.
Antonarakis SE, Skotko BG, Rafii MS, et al. Down syndrome. Nature Review Disease Primers, 6(1). 2020.
Brizot ML, Fujita MM, Reis NSV,et al. Malformações Fetais em Gestação Múltipla. Rev Bras Ginecol Obstet [Internet]. 2000Sep;22(Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 2000 22(8)).[Acesso em: 25 ago. 2022]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0100-72032000000800007
Sarkar S, Patra C, Dasgupta MK, et al. Prevalence of congenital anomalies in neonates and associated risk factors in a tertiary care hospital in eastern India. Journal of Clinical Neonatology, 2(3):131-4. 2013.
Boyle B, McConkey R, Garne E, et al. Trends in the prevalence, risk and pregnancy outcome of multiple births with congenital anomaly: a registry-based study in 14 European countries 1984-2007. BJOG. 2013 May;120(6):707-16. Epub 2013 Feb 6.doi: 10.1111/1471-0528.12146.
Miao Q, Dunn S, Wen SW, et al. Association of maternal socioeconomic status and race with risk of congenital heart disease: a population-based retrospective cohort study in Ontario, Canada. BMJ Open 2022;12:e051020. doi:10.1136/ bmjopen-2021-051020.
Amini-Rarani M, Vahedi S, Borjali M, et al. Socioeconomic inequality in congenital heart diseases in Iran. International Journal of Equity Health, 20(251): 1-11. 2021.
Daliri S, Sayehmiri K, Asadollahi K, et al. Prevalence of Congenital Anomalies in Iran: A Systematic Review and Meta-analysis. Jornal Iraniano de Neonatologia, 9(2): 21-32. 2018.
Moorthie S, Blencowe H, Darlison MW, et al. Estimating the birth prevalence and pregnancy outcomes of congenital malformations worldwide. Journal of Community Genetics, 9(4):387-396. 2018.
Verity C, Firth H. Congenital abnormalities of the central nervous system. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 74:i3-i8. 2003.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Francisco Caio Cavalcante Lima Duarte, José Diego Silva Alves, Marcos Leandro de Matos, Lucileide da Silva Santos, Udson Santos, Bartolomeu Torres Pereira, Estelita Lima Cândido

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.



