Conhecimento de estudantes da Educação Básica sobre o HPV de um município da Mesorregião Oeste do Estado do Maranhão
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2025.221709Palavras-chave:
Infecções Sexualmente transmissíveis, HPV, Prevenção de doenças transmissíveis, Educação em Saúde, AdolescentesResumo
Fundamentos: O Papilomavírus Humano (HPV) é o agente etiológico de uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) mais frequentes no mundo, atingindo homens e mulheres que têm vida sexualmente ativa. A falta de informação sobre as ISTs, o desconhecimento sobre vacinas e a ausência de discussões sobre educação sexual nas escolas são potenciais fatores que influenciam adolescentes e jovens a se envolverem em situações de risco relacionadas ao HPV. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar o conhecimento dos estudantes da rede pública de Educação Básica quanto às ISTs, especialmente a transmissão do HPV, no município de Zé Doca, estado do Maranhão. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal descritivo, cuja população é composta por estudantes de três escolas públicas. Para avaliar o conhecimento quanto à transmissão do HPV, foi utilizado um questionário semiestruturado, o qual foi aplicado a 200 estudantes do 9° ano do ensino fundamental; e do 1°, 2° e 3° anos do ensino médio. Resultados: Na análise estatística, observou-se que alunos do 3º ano apresentaram maior conhecimento sobre o HPV (p < 0,001), maior frequência de atividade sexual prévia (p = 0,039), melhor compreensão de que o HPV constitui fator de risco relevante para o desenvolvimento de câncer (p < 0,001) e maior cobertura vacinal (p = 0,015). Quanto à vacinação, 36,0% dos entrevistados informaram ter recebido pelo menos duas doses do imunizante. Como forma de promover a educação em saúde com centralidade na educação sexual, foram realizadas palestras nas escolas e produção de material educativo, divulgados em redes sociais, objetivando ampliar o acesso a informações oficiais sobre a prevenção do HPV. Conclusão: A análise dos dados revelou que a maioria dos estudantes apresenta lacunas de conhecimento em relação a aspectos biológicos, epidemiológicos e sociais das ISTs, incluindo o HPV, bem como às medidas de proteção disponíveis. Esse cenário evidencia a necessidade de implementar estratégias de educação em saúde no âmbito da educação sexual, de modo a ampliar a compreensão dos jovens sobre práticas profiláticas. Tal abordagem é fundamental para reduzir os índices de transmissão, além de minimizar os impactos epidemiológicos e psicossociais associados a essas doenças. Ressalta-se ainda que ações de educação em saúde e de sexualidade de forma científica, crítica, laica, problematizadora e cidadã nos espaços escolares devem ser priorizadas, para que os sujeitos alcancem os objetivos preconizados pela Organização Mundial de Saúde em relação à saúde integral.
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