Avaliação da contribuição do aparelho de amplificação sonora no espectro da neuropatia auditiva: um estudo de caso

Autores

  • Mirela V. Marino Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Erika B. Mantello Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Ana Claudia M. B. dos Reis Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Michelle N. Valadão Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais
  • Adriana R.T. Anastasio Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v46i1p36-46

Palavras-chave:

Questionários, Auxiliares de Audição, Transtornos da Percepção Auditiva

Resumo

Modelo do estudo: Estudo de caso. Objetivo do estudo: Verificar a contribuição da adaptação do aparelho de amplificação sonora (AAS) em duas pacientes adultas com diagnóstico de Espectro de Neuropatia Auditiva (ENA), em relação às habilidades auditivas e de comunicação. Importância do problema: Indivíduos diagnosticados com ENA apresentam sintomatologia clínica variada com queixa predominante de dificuldade de discriminação de fala, principalmente em ambientes ruidosos e, a literatura, aponta várias possibilidades de tratamento em decorrência dessas diversidades. Metodologia: Foram descritos todos os exames audiológicos, eletroacústicos, eletrofisiológicos e de imagem realizados,bem como avaliação otorrinolaringológica clínica. Participaram deste estudo duas pacientes que passaram por seleção e adaptação de AAS e foram reavaliadas após quatro e 14 meses de uso contínuo dos mesmos, mediante aplicação de teste de percepção de fala (TPF), audiometria em campo livre nas condições com e sem AAS e responderam aos questionários de auto avaliação validados (International Outcame Inventory for Hearing Aids - IOI-HA e Hearing Handicap Inventory for Adults - HHIA). Descrição dos casos: Na avaliação audiológica, ambas as pacientes apresentaram média dos limiares audiométricos dentro dos padrões de normalidade, porém no caso I observou-se limiares rebaixados a partir da frequência de 3kHz e no caso II estavam rebaixados os limiares de 250 e 500 Hz; logoaudiometria com resultados incompatíveis com a audiometria; curvas timpanométricas normais e alterações nos reflexos estapedianos bilateralmente; Emissões Otoacústicas presentes bilateralmente; Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico ausente bilateralmente com presença de microfonismo coclear; e exames de imagem de orelhas normais. Ambas pacientes receberam adaptação binaural com aparelhos auditivos retroauriculares digitais, devidamente programados de acordo com as características audiológicas e respostas das mesmas frente ao processo de testagem dos dispositivos. Nas avaliações realizadas observou-se para ambas pacientes melhora nos limiares em campo livre com uso de AAS nas frequências rebaixadas na audiometria tonal, TPF com diferença de até 12% nas condições com e sem AAS e nos questionários atingiram uma média de 24,6 pontos (total de 35 pontos) no IOI-HA e média de 53,6 pontos (total de 100 pontos) no HHIA. A partir desses resultados, foi realizada uma intervenção terapêutica com o objetivo de trabalhar as habilidades auditivas e linguísticas das pacientes, as quais responderam adequadamente à proposta e apresentaram melhora no reconhecimento da fala. Comentários: Ainda não há consenso sobre qual o melhor tratamento para o ENA . A adaptação de AAS é uma das alternativas para os adultos, e no caso em questão, optou-se por iniciar a intervenção com o uso de AAS e acompanhamento fonoaudiológico para ambas as pacientes. Para ambas as pacientes, uma vez adultas e com perda auditiva adquirida, utilizou-se como recurso reabilitativo o AAS e acompanhamento fonoaudiológico, posteriormente, uma vez que não foram obtidos resultados satisfatórios, foram encaminhadas para terapia fonoaudiológica (treinamento auditivo formal). Conclusões:Concluiu-se que, nos casos descritos, o uso do AAS como forma de reabilitação, levou a benefício observado na avaliação audiológica em campo livre, nos testes de percepção de fala e na auto-avaliação do usuário e que, a terapia fonoaudiológica foi fundamental para a melhora da compreensão de fala e a comunicação das pacientes.

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Biografia do Autor

  • Mirela V. Marino, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

    Fonoaudióloga Graduada do Curso de Fonoaudiologia da
    Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de
    São Paulo (FMRP-USP)

  • Erika B. Mantello, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

    Fonoaudióloga Assistente do Curso de Fonoaudiologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - FMRP-USP; Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

  • Ana Claudia M. B. dos Reis, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
    Docente do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - FMRP-USP
  • Michelle N. Valadão, Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais
    Docente do Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais
  • Adriana R.T. Anastasio, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
    Docente do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - FMRP-USP

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Publicado

2013-03-30

Edição

Seção

Relato de Caso

Como Citar

1.
Marino MV, Mantello EB, Reis ACMB dos, Valadão MN, Anastasio AR. Avaliação da contribuição do aparelho de amplificação sonora no espectro da neuropatia auditiva: um estudo de caso. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30º de março de 2013 [citado 28º de abril de 2024];46(1):36-4. Disponível em: https://revistas.usp.br/rmrp/article/view/62386