Patogênese da encefalopatia hepática

um papel para os receptores de benzodiazepínicos?

Autores/as

  • João Quevedo
  • Olavo B. Amaral
  • Roger Walz Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde.
  • Flávio Kapczinski Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v32i1p82-96

Palabras clave:

Encefalopatia Hepática. Benzodiazepinas. Receptores de GABA-A. Flumazenil.

Resumen

A encefalopatia hepática (EH) é uma síndrome multifatorial, na qual a função do sistema nervoso central está alterada devido às conseqüências metabólicas da disfunção hepática. Os dois principais componentes das doenças hepáticas que levam à EH são a diminuição no número de hepatócitos funcionantes e o rearranjo vascular, que leva à diminuição na fração de sangue, efetivamente detoxificado pelo fígado. Os sintomas da EH podem variar de déficits cognitivos leves até o coma profundo. Algum grau de morte neuronal pode ser observado em pacientes com EH, como conseqüência da cirrose hepática, ou, na EH avançada, da presença de edema cerebral. No entanto, a maior parte da síndrome neurológica é reversível com a compensação da doença hepática. A etiologia da EH não é totalmente conhecida e trata-se, provavelmente, de um processo multifatorial. Inicialmente, as teorias apontavam para o acúmulo de neurotoxinas que prejudicariam a função neuronal. Mais recentemente, anormalidades em vários sistemas de neurotransmissão foram propostos como causas potencias da EH como, por exemplo, o aumento observado na neurotransmissão GABAérgica. Existe evidência de que este aumento esteja relacionado com o aumento da potenciação GABAérgica por substâncias de ação similar aos benzodiazepínicos, as quais se encontram aumentadas na EH. Com esta evidência em mente, foi tentada a terapia desta síndrome com flumazenil, um antagonista benzodiazepínico, o qual tem mostrado eficácia clínica em uma porcentagem variável de pacientes em estudos recentes. No entanto, ainda não há evidências conclusivas para sustentar uma relação causal entre o aumento de ligantes ao receptor de benzodiazepínicos e os sintomas da EH. É possível que esta relação exista em alguns, mas não em todos os pacientes com esta síndrome.

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Biografía del autor/a

  • João Quevedo

     

    Médico, Pesquisador do Ambulatório de Psicofarmacologia e aluno do curso de pós-graduação (doutorado) em bioquímica.

  • Olavo B. Amaral

    Bolsista de Iniciação Científica

  • Roger Walz, Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde.

     

    Médico Neurologista, Intensivista e Internista, aluno do curso de pós-graduação em bioquímica. Centro de Memória, Departamento de Bioquímica , Instituto de Ciências Básicas da Saúde. 

     

     

  • Flávio Kapczinski, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS.

     

    Docente do Departamento de Psiquiatria e Chefe do Ambulatório de Psicofarmacologia. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS. 

     

     

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Publicado

1999-03-30

Número

Sección

Artigo de Revisão

Cómo citar

1.
Quevedo J, Amaral OB, Walz R, Kapczinski F. Patogênese da encefalopatia hepática: um papel para os receptores de benzodiazepínicos?. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 1999 Mar. 30 [cited 2024 Jul. 19];32(1):82-96. Available from: https://revistas.usp.br/rmrp/article/view/12681