Percepção do transtorno disfórico pré-menstrual entre universitários de medicina de Curitiba/PR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.205145

Palavras-chave:

Transtorno disfórico pré-menstrual, Ciclo menstrual, Saúde da mulher, Síndrome pré-menstrual

Resumo

Fundamentos: O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é uma variante mais grave do Transtorno Pré-Menstrual (TPM). Seus sintomas, que podem ser psíquicos ou comportamentais, têm um impacto significativo na qualidade de vida da mulher. Devido ao recente reconhecimento do TDPM como um transtorno de saúde mental, muitos profissionais da saúde ainda desconhecem a condição, o que dificulta o diagnóstico e manejo adequados das mulheres afetadas. Objetivo: Avaliar a percepção dos estudantes de medicina de Curitiba/PR sobre o Transtorno Disfórico Pré Menstrual. Métodos: Estudo transversal descritivo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 47635921.4.0000.0093). A coleta de dados ocorreu entre agosto de 2021 e abril de 2022 por meio de um questionário online aplicado a 593 acadêmicos de instituições de medicina em Curitiba/PR. O questionário abordou o conhecimento sobre o TDPM, seu ensino na graduação, a diferenciação com o TPM, e a abordagem médica das mulheres. Resultados: Dos participantes, 83,6% eram mulheres e 16,4% homens. Entre eles, 51,9% já haviam cursado Ginecologia e Obstetrícia e/ou Psiquiatria. Em relação ao TDPM, 40,8% nunca tinham ouvido falar sobre o transtorno, e apenas 28,8% adquiriram conhecimento na universidade. Entre os que cursaram Ginecologia e/ou Psiquiatria, 86,7% não se sentem capacitados para diagnosticar o transtorno, e 52,4% não sabem diferenciar TDPM de TPM, com uma frequência maior entre os homens (68,4%) em comparação às mulheres (51%, p=0,017). Embora 55,2% dos acadêmicos tenham acertado a definição de TDPM, a maioria (53,2%) não tinha clareza sobre seus sinais e sintomas. Entre as mulheres, 82,9% afirmaram que a abordagem médica durante as consultas era superficial, enquanto 10,1% indicaram uma investigação mais detalhada dos sintomas. Conclusões: O TDPM é uma condição pouco conhecida e abordada durante a formação dos médicos generalistas. Aumentar a divulgação do assunto nas universidades prepararia melhor os profissionais para reconhecer e manejar esse transtorno, o que refletiria positivamente na qualidade de vida das mulheres.

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Biografia do Autor

  • Bianca Ruiz Portes, Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil.

    Acadêmica de Medicina

  • Giovana Quezini Monken Menon, Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil.

    Acadêmica de Medicina

  • Leticia Maria Secchi Pereira, Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil

    Acadêmica de Medicina

  • Mariana Alves Sikorski, Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil

    Acadêmica de Medicina

  • Raquel Porto Lovato , Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil.

    Acadêmica de Medicina

  • Vanessa Camargo Lima , Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil

    Acadêmica de Medicina

  • Elisa Chicareli Pinhat, Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil.

    Mestre em Tocoginecologia

  • Fabiana Antunes de Andrade, Universidade Positivo, Departamento de Medicina, Curitiba, (PR), Brasil.

    Doutorado em Genética Humana

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Publicado

2024-10-08

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Portes BR, Menon GQM, Pereira LMS, Sikorski MA, Lovato RP, Lima VC, et al. Percepção do transtorno disfórico pré-menstrual entre universitários de medicina de Curitiba/PR. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 8º de outubro de 2024 [citado 26º de dezembro de 2024];57(1):e-205145. Disponível em: https://revistas.usp.br/rmrp/article/view/205145