Colaboração interprofissional entre profissionais de saúde, estudantes e docentes vinculados e não vinculados ao PET-Saúde Interprofissionalidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.225133Palavras-chave:
Pesquisa interdisciplinar, Equipe de assistência ao paciente,, Integralidade em saúde, Capacitação de recursos humanos em saúdeResumo
Objetivo: avaliar o conhecimento acerca da interprofissionalidade e o seu impacto na formação de estudantes, profissionais de saúde e docentes universitários. Método: tratou-se de um estudo descritivo, transversal, comparativo, realizado com profissionais de saúde da atenção primária, estudantes e docentes dos cursos da área da saúde de uma universidade pública. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a setembro de 2020, por web-based survey (por email e/ou rede social). Foi aplicado um questionário, com variáveis relacionadas ao perfil sociodemográfico, de formação e trabalho e a Escala Jefferson de Atitudes Relacionadas à Colaboração Interprofissional. Os dados foram analisados estatisticamente por meio do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21. Resultado: A pesquisa envolveu a participação de 191 pessoas. No conjunto de todos os entrevistados, a idade variou de 18 a 62 anos, com média de 28,8 anos. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino, solteira e declarou ser de cor branca. A maior proporção dos entrevistados tinha completado o ensino fundamental, médio ou técnico, quando considerados os níveis de escolaridade. Em relação à formação acadêmica, a maioria dos entrevistados era da área de enfermagem, não possuía capacitação em Educação Interprofissional e não era membro do PET-Saúde/Interprofissionalidade. A pontuação total do somatório dos itens variou de 35 a 140 pontos, com média de 127,38 e mediana de 130. A média geral dos 20 itens analisados foi superior a 5 pontos, com 7 sendo o valor máximo. O estudo indicou diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes sexos, faixas etárias, níveis de escolaridade e vínculos profissionais. No entanto, a análise com base no estado civil, cor e raça, associação ao PET e capacitação em Educação Interprofissional , não determinou diferenças estatísticas na resposta da escala. Conclusão: A pontuação final da escala indicou um nível elevado de conhecimento sobre atitudes relacionadas à colaboração interprofissional. Apesar das diferenças observadas entre os participantes da pesquisa em termos de perfil, vínculos e formações, é crucial continuar integrando a educação interprofissional no currículo universitário, especialmente na formação de futuros profissionais de saúde. Isso é essencial para reconhecer e fortalecer a colaboração interprofissional no sistema de saúde.
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