Cobertura do rastreamento do câncer de colo de útero em região de alta incidência

Autores

  • Cibelli Navarro Universidade Federal de Roraima
  • Allex Jardim da Fonseca Universidade Federal de Roraima
  • Alexander Sibajev Universidade Federal de Roraima
  • Camila Iasmim de Andrade Souza Universidade Federal de Roraima; Faculdade de Medicina
  • Daniela Souza Araújo Universidade Federal de Roraima; Faculdade de Medicina
  • Daniele Aparecida de Freitas Teles Universidade Federal de Roraima; Faculdade de Medicina
  • Stéphanie Gomes Lins de Carvalho Universidade Federal de Roraima; Faculdade de Medicina
  • Kyldery Wendell Moura Cavalcante Universidade Federal de Roraima; Faculdade de Medicina
  • Wendell Lima Rabelo Universidade Federal de Roraima; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005554

Palavras-chave:

Neoplasias do Colo do Útero, prevenção & controle, Prevenção de Câncer de Colo Uterino, Teste de Papanicolaou, Cobertura de Serviços de Saúde, Programas de Rastreamento

Resumo

OBJETIVO Analisar a cobertura do programa de rastreamento do câncer do colo uterino em município com alta incidência da doença e os fatores relacionados à não adesão ao programa preventivo vigente.MÉTODOS Foi realizado estudo transversal, com base em inquérito domiciliar. A amostra foi composta por mulheres entre 25 e 59 anos de idade do município de Boa vista, RR, Brasil, com cobertura pelo programa de rastreamento do câncer do colo uterino. Foi utilizado o método de amostragem por conglomerado. A variável dependente foi a adesão ao programa de saúde da mulher, definida como a realização de pelo menos um teste de Papanicolaou nos 36 meses anteriores à data da entrevista; as variáveis explicativas foram extraídas a partir de informações individuais. Foi utilizado modelo linear generalizado.RESULTADOS Foram analisadas 603 mulheres, com idade média de 38,2 anos (DP = 10,2). Quinhentas e dezessete mulheres realizaram o exame, sendo a prevalência de realização, nos últimos três anos, de 85,7% (IC95% 82,5;88,5). Renda familiar per capita elevada e consulta médica recente associaram-se à menor taxa de não realização do exame na análise multivariada. O desconhecimento da doença, das causas e dos meios de prevenção correlacionou-se com a chance de não adesão ao rastreamento. Vinte por cento das mulheres relataram realização do exame em caráter oportunístico, e não rotineiro.CONCLUSÕES A cobertura informada é elevada, acima do recomendado para controle do câncer do colo uterino. O programa preventivo apresenta caráter oportunístico, sobretudo para as mulheres mais vulneráveis (com baixa renda e pouca informação sobre a doença). Estudos sobre a qualidade diagnóstica da citologia cervicovaginal e dos itinerários terapêuticos dos casos positivos são necessários para compreensão das barreiras para o controle do câncer do colo uterino.

Publicado

2015-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Navarro, C., Fonseca, A. J. da, Sibajev, A., Souza, C. I. de A., Araújo, D. S., Teles, D. A. de F., Carvalho, S. G. L. de, Cavalcante, K. W. M., & Rabelo, W. L. (2015). Cobertura do rastreamento do câncer de colo de útero em região de alta incidência. Revista De Saúde Pública, 49, 17-. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005554