Violência por parceiro íntimo no relato de mulheres e de homens usuários de unidades básicas

Autores

  • Claudia Renata dos Santos Barros Universidade Católica de Santos
  • Lilia Blima Schraiber Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006385

Palavras-chave:

Violência por Parceiro Íntimo, Violência Doméstica, Maus-Tratos Conjugais, Gênero e Saúde

Resumo

OBJETIVO Analisar as violências não fatais sofridas e praticadas por homens e mulheres adultos, em situação de parceria íntima. MÉTODOS Os sujeitos da pesquisa foram mulheres entre 15 a 49 anos e homens entre 18 a 60 anos, entrevistados por aplicação de questionário face a face. A seleção amostral foi do tipo consecutivo, captando-se os participantes por ordem de chegada ao serviço. Foram conduzidos como investigações temporalmente independentes e abrangendo diferentes serviços, para evitar o estudo em casais, nos quais o revide poderia estar supervalorizado. Para adensar um pouco mais a comparação, também examinamos relatos de homens e mulheres pertencentes a um mesmo serviço, ou seja, um serviço que foi participante comum às duas investigações. Comparamos as situações sofridas pelas mulheres segundo seus relatos e, de modo entrecruzado, as situações que os homens, segundo seus relatos, praticam contra as mulheres, suas parceiras íntimas ou ex-parceiras. Também examinamos a situação entrecruzada reversa: a violência praticada pelas mulheres contra seus parceiros, segundo seus próprios relatos, comparativamente à violência sofrida pelos homens, segundo seus relatos, ainda que, neste caso, o exame se refere apenas à violência física. As variáveis foram descritas por meio de média, desvio padrão, frequências e proporções e os testes de hipóteses utilizados foram: Exato de Fisher e Qui-quadrado de Pearson, adotando-se nível de significância de 5%. RESULTADOS A vitimização foi maior entre as mulheres, independentemente do tipo de violência, quando perpetrada por parceiro íntimo. A percepção da violência foi baixa em ambos os sexos; entretanto, mulheres relataram mais episódios de múltiplas recorrências de quaisquer violências e de violência sexual sofrida do que os homens reconheceram que perpetraram. CONCLUSÕES O estudo em seu todo mostra importantes diferenças de gênero, quer quanto às prevalências das violências, quer quanto à percepção dessas situações.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Barros, C. R. dos S., & Schraiber, L. B. (2017). Violência por parceiro íntimo no relato de mulheres e de homens usuários de unidades básicas. Revista De Saúde Pública, 51, 7. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006385