Tendência da hanseníase em menores de 15 anos em Mato Grosso (Brasil), 2001-2013

Autores

  • Bruna Hinnah Borges Martins de Freitas Universidade Federal de Mato Grosso; Faculdade de Enfermagem; Departamento de Enfermagem
  • Denise da Costa Boamorte Cortela Universidade do Estado de Mato Grosso; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina
  • Silvana Margarida Benevides Ferreira Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006884

Palavras-chave:

Criança, Adolescente, Hanseníase, epidemiologia, Doenças Negligenciadas, prevenção & controle

Resumo

OBJETIVO Identificar a tendência histórica dos indicadores epidemiológicos de hanseníase em menores de 15 anos no estado de Mato Grosso. MÉTODOS Estudo descritivo com análise de tendência dos indicadores de hanseníase em menores de 15 anos registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação de Mato Grosso, no período de 2001 a 2013. Utilizou-se o procedimento de Prais-Winsten para análise de regressão linear generalizada, adotando-se nível de significância de 5%. Consideraram-se como série temporal crescente quando a annual percent change era positiva, decrescente quando negativa e estacionária quando não havia diferença significante entre seu valor e o zero. RESULTADOS Foram analisados 2.455 casos de hanseníase e o coeficiente médio de incidência em menores de 15 anos foi de 22,7/100 mil habitantes. A tendência geral do coeficiente de incidência foi decrescente, com uma annual percent change de -5,5% (IC95% -7,5–3,5). Observou-se tendência de crescimento, com incremento de 6,7% (IC95% 2,7–10,8) na proporção dos casos multibacilares, de 9,4% (IC95% 4,4–14,7) nos casos com forma clínica dimorfa e de 14% (IC95% 7,9–20,4) nos casos com incapacidade física grau 2 no momento do diagnóstico da doença. Verificou-se crescimento na proporção dos contatos de casos novos examinados, com incremento de 4,1% (IC95% 1,2–7,1) e média da proporção de cura considerada precária (39,7%) com tendência estacionária. CONCLUSÕES A tendência histórica dos casos de hanseníase em menores de 15 anos mostrou-se decrescente no período. Entretanto, as tendências dos indicadores epidemiológicos, como a proporção de casos multibacilares, de incapacidade física grau 2 e de cura, indicam o diagnóstico tardio com permanência de fontes de transmissibilidade e consequente agravo da endemia no estado de Mato Grosso.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Freitas, B. H. B. M. de, Cortela, D. da C. B., & Ferreira, S. M. B. (2017). Tendência da hanseníase em menores de 15 anos em Mato Grosso (Brasil), 2001-2013. Revista De Saúde Pública, 51, 28. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006884