Critérios pragmáticos da definição de near miss neonatal: um estudo comparativo

Autores

  • Pauline Lorena Kale Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Estudos em Saúde Coletiva. Área de Epidemiologia e Bioestatística
  • Maria Helena Prado de Mello Jorge Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia
  • Ruy Laurenti Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia
  • Sandra Costa Fonseca Universidade Federal Fluminense. Instituto de Saúde Coletiva. Departamento de Epidemiologia e Bioestatística
  • Kátia Silveira da Silva Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Departamento de Epidemiologia Clínica

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051006587

Palavras-chave:

Near miss, classificação. Mortalidade Infantil. Peso ao Nascer, Recém-nascido Prematuro e Índice de Apgar.

Resumo

OBJETIVO: Testar a validade dos critérios pragmáticos de definições de near miss neonatal, estendendo-as para todo o período infantil, e estimar indicadores de assistência perinatal em maternidades públicas. MÉTODOS: Constituiu-se uma coorte de nascidos vivos de seis maternidades dos municípios de São Paulo, Niterói e Rio de Janeiro em 2011. Foram realizadas entrevistas e consultas aos cartões de pré-natal e prontuários. Critérios pragmáticos (peso ao nascer, idade gestacional e escore de Apgar 5’) das definições de near miss de Pileggi et al., Pileggi-Castro et al., Souza et al. e Silva et al. foram comparados. Foram calculados sensibilidade, especificidade (padrão-ouro: óbito infantil), percentual de óbitos entre recém-nascidos com ameaça à vida e taxas de near miss, mortalidade e desfechos graves por 1.000 nascidos vivos. RESULTADOS: Foram analisados 7.315 recém-nascidos (completude das informações > 99%). A sensibilidade da definição de Pileggi-Castro et al. foi maior, resultando em um maior número de casos de near miss; a de Souza et al. apresentou menor valor, e as de Pileggi et al. e de Silva et al. apresentaram valores intermediários. Há um aumento da sensibilidade quando se estende o período de 0–6 para 0–27 dias, e um declínio quando se amplia para 0–364 dias. Especificidades foram elevadas (≥ 97%) e superiores às sensibilidades (54% a 77%). Uma maternidade de São Paulo e outra de Niterói apresentaram, respectivamente, as menores e as maiores: taxas de mortalidade infantil, near miss, e frequência de nascimentos em situação de ameaça à vida, independentemente da definição. CONCLUSÕES: As definições de near miss baseadas exclusivamente em critérios pragmáticos são válidas e podem ser utilizadas para fins de monitoramento. Com base na literatura perinatal, os pontos de corte adotados por Silva et al. foram mais adequados. Estudos periódicos poderiam aplicar uma definição mais completa, com incorporação de critérios clínicos, laboratoriais e de manejo, incluindo as anomalias congênitas preditoras do óbito infantil.

Publicado

2017-12-04

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Kale, P. L., Jorge, M. H. P. de M., Laurenti, R., Fonseca, S. C., & Silva, K. S. da. (2017). Critérios pragmáticos da definição de near miss neonatal: um estudo comparativo. Revista De Saúde Pública, 51, 111. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051006587