Mortalidade fetal e os desafios para a atenção à saúde da mulher no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2019053000714

Palavras-chave:

Mortalidade Fetal, tendências, Mortalidade Perinatal, tendências, Morte Fetal, Registros de Mortalidade, Estudos de Séries Temporais

Resumo

OBJETIVO: Traçar uma série histórica da mortalidade fetal no Brasil e regiões entre 1996 e 2015, identificando seu comportamento e tendência. MÉTODOS: Estudo descritivo sobre casos de óbitos fetais no Brasil e em cada região notificados de 1996 a 2015, registrados no Datasus e classificados pela CID-10. A idade e escolaridade da mãe, duração da gestação e tipo de parto foram considerados. Foi realizado o cálculo da taxa de mortalidade fetal entre 1996 e 2015 para construção das séries históricas. RESULTADOS: A série temporal apresenta um quadro estacionário na taxa de mortalidade fetal a partir de 2000 no Brasil e em todas as regiões. A taxa de mortalidade fetal do país passou de 8,19 em 1996 para 9,50 por 1.000 nascimentos em 2015. Houve tendência crescente dos óbitos fetais cuja causa básica consta no capítulo XVII da CID-10 no Brasil e em todas as regiões. Óbitos por causas do capítulo XVI apresentaram tendência de aumento somente na região Nordeste, enquanto outras causas básicas mostraram tendência de aumento nas regiões Sudeste e Sul. No âmbito brasileiro, houve tendência crescente de óbitos fetais em mães nas faixas etárias de 10–14 anos e 25–44 anos. No Brasil e em todas as regiões, houve aumento nas mulheres com mais de oito anos de escolaridade. Os óbitos fetais predominaram entre a 28ª e a 36ª semana de gestação, com tendência crescente no Brasil e todas as regiões, exceto no Sul (estacionário). O tipo de parto predominante foi vaginal, com tendência estacionária, enquanto as cesarianas apresentaram tendência crescente no Brasil e em todas as regiões. CONCLUSÕES: A qualidade da informação sobre os óbitos fetais, investimentos nos comitês de investigação e melhora na qualidade do pré-natal devem ser priorizados para possibilitar um enfrentamento mais efetivo e diminuir a taxa de mortalidade fetal no Brasil.

Publicado

2019-01-30

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Barros, P. de S., Aquino, Érika C. de, & Souza, M. R. de. (2019). Mortalidade fetal e os desafios para a atenção à saúde da mulher no Brasil. Revista De Saúde Pública, 53, 12. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2019053000714