Auriculoterapia na atenção primária: perfil dos egressos de um curso de larga escala
DOI:
https://doi.org/10.11606/s15188787.2025059006715Palavras-chave:
Terapias Complementares, Auriculoterapia, Atenção Primária à Saúde, Educação PermanenteResumo
OBJETIVOS: Apresentar o perfil dos egressos de um curso semipresencial de auriculoterapia e sua percepção da aceitação dos usuários e dos resultados clínicos dessa prática integrativa e complementar em saúde, a mais realizada atualmente no Sistema Único de Saúde. O curso é ofertado gratuitamente aos profissionais da atenção primária à saúde. MÉTODO: Um questionário digital foi enviado em 2023 por correio eletrônico a todos os egressos até então (n = 13.851), com questões sobre seu perfil profissional, sua percepção da aceitação pelos usuários e dos resultados clínicos da auriculoterapia. Os dados foram discutidos por meio de estatística descritiva. RESULTADOS: 5.461 profissionais responderam (41,34% dos egressos de nove edições do curso, com muitas turmas de cerca de 50 a 100 estudantes). A maioria era composta por mulheres (87,82%), enfermeiros (33,55%), fisioterapeutas (11,59%), psicólogos (5,40%), farmacêuticos (9,65%), nutricionistas (8,05%), dentistas (7,57%) e médicos (5,57%); de idades entre 30 e 49 anos (77,7%); atuantes na atenção primária à saúde (80,44%); sem prática prévia de prática integrativa e complementar em saúde (73,58%). 56,31% reportaram praticar a auriculoterapia após o curso. A aceitação dos usuários foi relatada como alta ou muito alta por 73,6% e média por 22,14% dos praticantes. Os resultados clínicos foram relatados como muito bons ou bons por 79,72% dos praticantes e médios por 18,35%. CONCLUSÃO: Os egressos do curso de auriculoterapia que responderam à pesquisa são na maioria mulheres, profissionais da saúde da família e das equipes multiprofissionais atuantes na atenção primária à saúde, que relatam boa aceitação dos usuários e percebem bons resultados clínicos no uso da auriculoterapia.
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