Prevalência e fatores associados à automedicação: resultados do projeto Bambuí

Autores

  • Antônio Ignácio de Loyola Filho Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (Nespe)
  • Elizabeth Uchoa Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (Nespe)
  • Henrique L Guerra Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (Nespe)
  • Josélia O A Firmo Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (Nespe)
  • Maria Fernanda Lima-Costa Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (Nespe)

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000100009

Palavras-chave:

Automedicação, Prevalência, Hábitos de consumo de medicamentos, Medicamentos sem prescrição, Prescrição de medicamentos

Resumo

OBJETIVO: Realizou-se estudo com base populacional na cidade de Bambuí, MG, com cerca de 15.000 habitantes, para determinar a prevalência e os fatores associados ao uso de automedicação. MÉTODOS: Foi selecionada uma amostra aleatória simples de 1.221 moradores com idade >;18 anos: 796 relataram uso de medicamentos nos últimos 90 dias e foram incluídos no estudo (775 participaram). A coleta de dados foi feita por entrevistas domiciliares. Foram considerados três grupos de variáveis exploratórias: sociodemográficas, indicadores de condição de saúde e indicadores de uso de serviços de saúde. Para análise estatística, foram utilizados: teste de qui-quadrado de Pearson e odds ratio ajustados pelo método de regressão logística multinomial. RESULTADOS: Do total de participantes, 419 (54,0%) relataram ter consumido exclusivamente medicamentos prescritos por médicos nos últimos 90 dias, 133 (17,2%) consumiram medicamentos prescritos e não prescritos, e 223 (28,8%) consumiram, exclusivamente medicamentos não prescritos. Após ajustamento por variáveis de confusão, as seguintes variáveis apresentaram associações com o uso exclusivo de automedicação: sexo feminino (OR=0,6; IC95%=0,4-0,9); idade (OR=0,4; IC95%=0,3-0,6 e OR=0,2; IC95%=0,1-0,5 para 40-59 e >;60 anos, respectivamente); >;5 residentes no domicílio (OR=2,1; 1,1-4,0); número de consultas médicas nos últimos 12 meses (OR=0,2; IC95%=0,1-0,4 e OR=0,1; IC95%=0,0-0,1 para 1 e >;2, respectivamente); consulta a farmacêutico nos últimos 12 meses (OR=1,9; IC95%=1,1-3,3) e relato de gastos com medicamentos nesse período (OR=0,5; IC95%= 0,3-0,8). CONCLUSÃO: Os resultados mostraram prevalência da automedicação semelhante à observada em países desenvolvidos, sugerindo que essa prática poderia atuar como um substituto da atenção formal à saúde.

Downloads

Publicado

2002-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Loyola Filho, A. I. de, Uchoa, E., Guerra, H. L., Firmo, J. O. A., & Lima-Costa, M. F. (2002). Prevalência e fatores associados à automedicação: resultados do projeto Bambuí . Revista De Saúde Pública, 36(1), 55-62. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000100009