Condições de vida e estrutura ocupacional associadas a transtornos mentais comuns

Autores

  • Ana Bernarda Ludermir Universidade Federal de Pernambuco; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Medicina Social
  • Djalma A de Melo Filho Universidade Federal de Pernambuco; Núcleo de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000200014

Palavras-chave:

Transtornos mentais^i1^sepidemiolo, Condições de vida, Condições de trabalho, Saúde mental, Estudos transversais, Prevalência, Fatores socioeconômicos, Psiquiatria comunitária, Desigualdades socioeconômicas, Estrutura ocupacional

Resumo

OBJETIVO: Determinar a prevalência de transtornos mentais comuns e analisar sua associação a condições de vida e inserção na estrutura ocupacional. MÉTODOS: Estudo transversal conduzido em 1993, em Olinda, PE, envolvendo 621 adultos de 15 ou mais anos em uma amostra domiciliar aleatória, aos quais se aplicaram o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) e um questionário socioeconômico. Estimaram-se os odds-ratios (OR) simples e ajustados, utilizando-se regressão logística. RESULTADOS: A prevalência total dos transtornos mentais comuns (TMC) foi de 35%. As variáveis relativas às condições de vida foram ajustadas entre si e por sexo, idade e situação conjugal. Apenas escolaridade (p<0,0001) e condições de moradia (p=0,02) mantiveram-se associadas aos TMC. Em relação à estrutura ocupacional, os trabalhadores manuais informalmente inseridos no processo produtivo (OR=2,21; IC95% 1,1-4,5), e os indivíduos com pior situação de renda familiar per capita (OR=2,87; IC95%1,4-5,8) apresentaram maior prevalência de TMC. CONCLUSÃO: Baixa escolaridade, baixa renda e exclusão do mercado formal de trabalho, expressões da estrutura das classes sociais, proporcionam situações de estresse contribuindo para a produção dos TMC.

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Publicado

2002-04-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Ludermir, A. B., & Melo Filho, D. A. de. (2002). Condições de vida e estrutura ocupacional associadas a transtornos mentais comuns . Revista De Saúde Pública, 36(2), 213-221. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000200014