Fatores psicossociais e a infecção por HIV em mulheres, Maringá, PR
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000500006Palavras-chave:
Mulheres, Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^spreven, Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^spsicolo, Conhecimentos, atitudes e prática, HIV, Percepção, Soropositividade para HIV, Fatores socioeconômicos, Risco, Impacto psicossocial, Infecções por HIVResumo
OBJETIVO: Analisar a percepção do risco de infecção em mulheres infectadas pelo HIV, antes de elas receberem o resultado positivo para essa patologia. MÉTODOS: Estudo exploratório com entrevistas em profundidade em amostra de conveniência constituída de 26 mulheres que freqüentavam o ambulatório de um centro regional de saúde em Maringá, PR. A entrevista foi semidirigida com um roteiro de perguntas fechadas e abertas sobre características sociodemográficos, conhecimento sobre prevenção primária e secundária, percepção de risco antes do teste positivo para HIV, impacto do resultado em suas vidas -- inclusive a sexual -- depois de saberem ser portadoras do vírus. Os resultados foram analisados pela metodologia de análise de conteúdo. RESULTADOS: Apesar de ter consciência de que essa doença pode atingir qualquer um, nenhuma das 26 mulheres estudadas acreditava estar infectada pelo HIV/Aids. Os mecanismos psicológicos, "negação", "evitação", "onipotência do pensamento" e "projeção" foram os que puderam ser identificados como aqueles que as mulheres mais utilizaram para lidar com as dificuldades e as ansiedades decorrentes da percepção de risco e das normas e relações de gêneros hegemônicas presentes na cultura brasileira. Verificou-se que, se o uso desses mecanismos alivia a angústia, por outro lado aumenta a vulnerabilidade das mulheres. Elas se sentem incapazes de atuar, e muitas mantêm relações sexuais desprotegidas com os parceiros, expondo-se à gravidez indesejada e à reinfecção. CONCLUSÕES: Os programas de prevenção do HIV devem considerar também aspectos psicológicos, socioeconômicos e culturais que interferem na vulnerabilidade das mulheres, antes e depois da infecção. Para haver maior alcance de suas ações, os programas devem ir além da distribuição massiva de informações e usar abordagens psicoeducativas em pequenos grupos que estimulem a conscientização das mulheres para além das informações biomédicas.Downloads
Publicado
2002-08-01
Edição
Seção
Artigos Originais
Como Citar
Alves, R. N., Kovács, M. J., Stall, R., & Paiva, V. (2002). Fatores psicossociais e a infecção por HIV em mulheres, Maringá, PR . Revista De Saúde Pública, 36(4 supl.0), 32-39. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000500006