Falhas na identificação da infecção pelo HIV durante a gravidez em São Paulo, SP, 1998

Autores

  • HHS Marques Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Hospital das Clínicas; Instituto da Criança
  • MRDO Latorre Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • M DellaNegra Instituto de Infectologia Emílio Ribas
  • AMA Pluciennik Programa Estadual DST/Aids
  • MLM Salomão Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000400003

Palavras-chave:

Síndrome de imunodeficiência adquirida^i1^sdiagnóst, Infecções por HIV^i1^sdiagnóst, Cuidado pré-natal, Qualidade dos cuidados de saúde, Complicações na gravidez, Serviços de saúde materna, Soropositividade para HIV^i1^sdiagnóst, Conhecimentos, atitudes e prática

Resumo

OBJETIVO: O aumento de casos de Aids em mulheres no Estado de São Paulo desencadeou uma série de medidas para reduzir a transmissão materno-infantil do HIV. Assim, realizou-se estudo com o objetivo de avaliar falhas na implantação dessas medidas, do ponto de vista da cobertura e da qualidade do pré-natal, em serviços de referência que atendem mulheres soropositivas no Estado de São Paulo. MÉTODOS: Foram entrevistadas, por meio de questionário estruturado, todas as mulheres soropositivas de três cidades do Estado de São Paulo (São Paulo, Santos e São José do Rio Preto). Todas as mulheres possuíam no mínimo 18 anos de idade, tiveram filhos em 1998 e fizeram consulta com infectologista (ela mesma ou seu filho). As mulheres foram avaliadas quanto à realização do pré-natal e ao conhecimento da soropositividade para o HIV antes, durante ou após a gestação. RESULTADOS: Do total de 116 mulheres, 109 (94%) fizeram pré-natal, 64% procuraram os serviços durante o primeiro trimestre, e o número de consultas foi de pelo menos três em 80% dos casos. A idade média das mulheres que fizeram pré-natal foi de 29,1 anos, estatisticamente maior do que a das mulheres que não o fizeram (24,3 anos). Sabiam ser soropositivas antes de engravidar 45% das mulheres, 38% souberam durante a gravidez, e 17%, após o nascimento da criança. O teste para o HIV foi oferecido para 82% das mulheres que não conheciam seu status sorológico. Destas, apenas 56% receberam explicação sobre a importância do teste. As unidades básicas de saúde (UBS) foram os locais onde a informação menos ajudou a conhecer o risco para a criança (p=0,037) e a necessidade de tratamento (p=0,0142). CONCLUSÕES: As principais falhas identificadas foram o não-oferecimento do teste HIV durante a gestação e a inadequada qualidade da informação. O principal local de atendimento para essas pessoas são as UBS. Estas foram as que menos contribuíram para a compreensão dos riscos e da necessidade de tratamento.

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Publicado

2002-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Marques, H., Latorre, M., DellaNegra, M., Pluciennik, A., & Salomão, M. (2002). Falhas na identificação da infecção pelo HIV durante a gravidez em São Paulo, SP, 1998 . Revista De Saúde Pública, 36(4), 385-392. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000400003