Relacionamento probabilístico em inquérito domiciliar sobre uso de serviços hospitalares
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000100014Palavras-chave:
Relacionamento probabilístico de registros, Inquérito domiciliar, Dados de faturamento hospitalarResumo
OBJETIVO: Avaliar as potenciais vantagens e limitações do uso das bases de dados dos formulários de Autorização de Internação Hospitalar e da metodologia do relacionamento probabilístico de registros, para a validação de relatos de utilização de serviços hospitalares durante inquéritos domiciliares. MÉTODOS: Um total de 2.288 entrevistas domiciliares foram realizadas em Duque de Caxias, RJ (Brasil). A informação sobre a ocorrência de ao menos uma hospitalização durante o ano que precedeu a entrevista foi obtida de um total de 10.733 moradores. Os 130 registros de moradores que relataram ao menos uma hospitalização em hospital público foram relacionadas com uma base de dados hospitalares contendo 801.587 registros, usando um processo automático combinado com uma extensiva revisão manual. RESULTADOS: Dos 130 moradores, foram encontrados registros de 74 (57%) na base hospitalar. Entretanto, somente 60 indivíduos (46%) estiveram hospitalizados na base hospitalar dentro do período de referência do estudo. Hospitalizações devido a procedimentos cirúrgicos foram significativamente mais prováveis de serem identificadas na base hospitalar. O baixo nível de concordância obtido no estudo pode ser explicado pelos seguintes fatores: erros no processo de relacionamento, efeito telescópio e um registro incompleto dos episódios na base hospitalar. CONCLUSÕES: O uso de bases hospitalares administrativas e da metodologia de relacionamento probabilístico de registros pode representar uma alternativa metodológica para validação de relatos de utilização de serviços de cuidados de saúde. Entretanto, algumas estratégias devem ser empregadas com o objetivo de minimizar os problemas relacionados ao uso dessa metodologia em condições não ideais. Um identificador unívoco, como o número de seguro saúde e a cobertura universal do banco de dados, seria desejado.Downloads
Publicado
2003-02-01
Edição
Seção
Artigos Originais
Como Citar
Coeli, C. M., Blais, R., Costa, M. do C. E. da, & Almeida, L. M. de. (2003). Relacionamento probabilístico em inquérito domiciliar sobre uso de serviços hospitalares . Revista De Saúde Pública, 37(1), 91-99. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000100014