Fatores associados ao fumo em gestantes avaliadas em cidades brasileiras

Autores/as

  • Locimara Ramos Kroeff Universidade Federal do Rio Grande Do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Sotero Serrate Mengue Universidade Federal do Rio Grande Do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Maria Inês Schmidt Universidade Federal do Rio Grande Do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Bruce Bartholow Duncan Universidade Federal do Rio Grande Do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Ana Lenise Ferreira Favaretto Universidade Federal do Rio Grande Do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Luciana Bertoldi Nucci Universidade Federal do Rio Grande Do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000200016

Palabras clave:

Tabagismo, Epidemiologia, Gravidez, Levantamentos epidemiológicos, Fatores socioeconômicos, Fatores de risco, Estudos transversais, Cuidado pré-natal

Resumen

OBJETIVO: Avaliar a correlação dos fatores sociodemográficos e estilo de vida com o hábito de fumar em gestantes atendidas em hospitais. MÉTODOS: O delineamento foi o de um estudo transversal. A amostra foi composta por 5.539 gestantes atendidas em ambulatórios de pré-natal em hospitais públicos credenciados nas cidades de Manaus, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, entre 1991 e 1995. A seleção foi consecutiva para todas as gestantes com 20 anos ou mais de idade, excetuando-se aquelas com diabetes prévia à gestação. Foram realizadas medidas antropométricas e entrevistas entre a 21ª e a 28ª semanas da gravidez. Por meio de um questionário padronizado, considerou-se como fumante quem informou fumar um ou mais cigarros por dia, como ex-fumante quem informou ter fumado mais de um cigarro por dia e ter cessado, e não fumantes quem informou nunca ter fumado um ou mais cigarros por dia. RESULTADOS: O hábito de fumar na gestação associou-se à baixa escolaridade (RC=2,13; IC 95%: 1,76-2,57) e paridade (RC=1,84; IC 95%: 1,53-2,21). Para o aumento da idade da gestante e uso de bebidas alcóolicas também foram observadas associações positivas com o fumo na gestação. Não foi observada nenhuma associação significativa entre cor da pele e situação ocupacional com fumo na gestação. Um efeito protetor foi observado para mulheres casadas ou com companheiro (RC=0,55; IC 95%: 0,42-0,72). Entre as cidades, tomando Manaus como referência, Porto Alegre apresentou o maior risco para fumo na gestação (RC=5,00; IC 95%: 3,35-7,38), seguida de São Paulo (RC=3,42; IC 95%: 2,25-5,20), Rio de Janeiro (RC=2,53; IC 95%: 1,65-3,88) e Fortaleza (RC=2,56; IC95%: 1,74-3,78). CONCLUSÕES: Os achados são semelhantes àqueles descritos na literatura com relação à escolaridade, paridade e situação conjugal. Entretanto, nenhuma associação com a cor da pele foi observada na análise multivariada. As ex-fumantes mostraram características sociodemográficas mais próximas das não fumantes do que das fumantes.

Publicado

2004-04-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Kroeff, L. R., Mengue, S. S., Schmidt, M. I., Duncan, B. B., Favaretto, A. L. F., & Nucci, L. B. (2004). Fatores associados ao fumo em gestantes avaliadas em cidades brasileiras . Revista De Saúde Pública, 38(2), 261-267. https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000200016