Vigilância epidemiológica e avaliação da assistência às meningites

Autores

  • Claudia Caminha Escosteguy Hospital dos Servidores do Estado; Serviço de Epidemiologia
  • Roberto de Andrade Medronho Universidade Federal do Rio de Janeiro; Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva
  • Roberto Madruga Universidade Estácio de Sá; Faculdade de Medicina
  • Hellen Gruezo Dias Universidade Estácio de Sá; Faculdade de Medicina
  • Ricardo Cerqueira Braga Hospital dos Servidores do Estado; Serviço de Epidemiologia
  • Otília Pimenta Azevedo Hospital dos Servidores do Estado; Serviço de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000500007

Palavras-chave:

Meningite^i1^sepidemiolo, Sistemas de informação, Notificação de doenças, Vigilância epidemiológica, Meningite^i1^setiolo, Meningite^i1^smortalid, Pacientes internados

Resumo

OBJETIVO: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos casos de meningite internados em hospital público e os fatores associados à evolução hospitalar. MÉTODOS: Foram analisados 694 casos confirmados, notificados e investigados pelo serviço de epidemiologia de um hospital público de 1986 a 2002. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), como parte da rotina local de vigilância epidemiológica. Foi realizada análise multivariada por regressão logística. RESULTADOS: Etiologias mais freqüentes: criptocócica (12,3%; letalidade =37,7%); meningocócica (8,7%; letalidade =13,3%); pneumocócica (7,2%; letalidade =46%); tuberculosa (6,1%; letalidade =40,5%); estafilocócica (5,2%; letalidade =38,9%), viral (5,5%; letalidade =7,9%); hemófilo (2,9%; letalidade =20%). 38,8% dos casos apresentavam etiologia não especificada (letalidade =36%) e 17,3% estavam associados à infecção pelo HIV. Observou-se meningite hospitalar em 27,1% e seqüelas em 9,2% dos casos com alta hospitalar. Variáveis associadas a uma maior chance de óbito: etiologia (referência viral) - tuberculose, criptococo, estafilococo, meningococo, não especificada, outros gram negativos, cândida e pneumococo; infecção pelo HIV; coma. A tríade febre, vômitos e rigidez de nuca associou-se a uma menor chance de óbito. CONCLUSÕES: A elevada proporção de etiologia não especificada e letalidade alta podem refletir problemas de processo de assistência e/ou seleção dos casos relacionada ao perfil do hospital. A vigilância epidemiológica operante no nível hospitalar foi capaz de retro-alimentar os serviços com indicadores da assistência, sendo pertinente o uso do Sinan neste nível.

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Publicado

2004-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Escosteguy, C. C., Medronho, R. de A., Madruga, R., Dias, H. G., Braga, R. C., & Azevedo, O. P. (2004). Vigilância epidemiológica e avaliação da assistência às meningites . Revista De Saúde Pública, 38(5), 657-663. https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000500007