Índice de exposição à sílica na atividade de mineração de ouro

Autores

  • Ana Paula Scalia Carneiro Universidade Federal de Minas Gerais; Hospital das Clínicas
  • Sandhi Maria Barreto UFMG; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Arminda Lucia Siqueira UFMG; Departamento de Estatística
  • Poliana Freitas La Rocca Universidade Federal de Minas Gerais; Hospital das Clínicas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000100014

Palavras-chave:

Sílica, Silicose^i1^sdiagnóst, Exposição ocupacional, Indicadores de exposição, Estudos transversais

Resumo

OBJETIVO: Propor um índice que sintetize a exposição cumulativa à sílica, incluindo intensidade, duração e época da exposição e testá-lo em relação à presença e gravidade de silicose. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 140 ex-mineiros de ouro, residentes em duas localidades do Estado de Minas Gerais, examinados entre 11/1997 e 12/1999. Foram analisadas informações sobre história clínica e ocupacional, radiografia de tórax e espirometria. Casos borderline de silicose pela radiografia foram submetidos à tomografia computadorizada de alta resolução. O índice representa a soma dos escores extraídos da transformação logarítmica das taxas de concentração de sílica respirável nas diversas funções, minas e períodos trabalhados. Foram aplicados testes paramétricos para comparação das médias entre os grupos de interesse. RESULTADOS: O índice proposto apresentou-se discriminativo em relação ao desfecho principal (silicose) e aos desfechos secundários (enfisema e tuberculose) pulmonar no grupo total, incluindo os diversos estágios da doença, com valores p: 0,008, 0,016 e <0,001 respectivamente. Em relação às quatro categorias principais da silicose, o teste de Tukey evidenciou diferenças nas médias do índice entre as categorias 0 e 3 e 1 e 3. Porém, no subgrupo constituído pelos casos borderline, a discriminação entre os desfechos não foi satisfatória, tanto com diagnósticos obtidos pela radiografia quanto pela tomografia. CONCLUSÕES: O índice proposto representa um avanço na síntese da exposição ocupacional dos participantes, podendo ser usado para outras profissões. Entretanto, torna-se importante a incorporação de fatores clínicos e funcionais para entender a evolução da doença em expostos à sílica, especialmente nos casos duvidosos.

Downloads

Publicado

2006-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Carneiro, A. P. S., Barreto, S. M., Siqueira, A. L., & La Rocca, P. F. (2006). Índice de exposição à sílica na atividade de mineração de ouro . Revista De Saúde Pública, 40(1), 83-91. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000100014