Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003

Autores

  • Flavio Sarno Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-Graduação de Nutrição em Saúde Pública
  • Rafael Moreira Claro Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-Graduação de Nutrição em Saúde Pública
  • Renata Bertazzi Levy USP; FSP; Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde
  • Daniel Henrique Bandoni USP; FSP; Departamento de Nutrição
  • Sandra Roberta Gouvêa Ferreira USP; FSP; Departamento de Nutrição
  • Carlos Augusto Monteiro USP; FSP; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000002

Palavras-chave:

Sódio na Dieta, Consumo de Alimentos, Fatores Socioeconômicos, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Estimar a magnitude e a distribuição regional e socioeconômica do consumo de sódio no Brasil e identificar as fontes alimentares que mais contribuem para esse consumo. MÉTODOS: As estimativas foram baseadas nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada no Brasil entre julho de 2002 e junho de 2003. Foram analisados 969.989 registros de aquisição de alimentos efetuados por uma amostra probabilística de 48.470 domicílios localizados em 3.984 setores censitários do País. Realizou-se conversão dos registros das aquisições de alimentos em nutrientes por meio de tabelas de composição de alimentos. Foram calculadas a disponibilidade média de sódio por pessoa e por dia e a disponibilidade média ajustada para um consumo energético equivalente a 2.000 kcal. Calculou-se a contribuição de grupos de alimentos selecionados para o total de sódio disponível para consumo no domicílio. As estimativas são apresentadas segundo regiões, situação urbana ou rural do domicílio, e estratos de renda. RESULTADOS: A quantidade diária de sódio disponível para consumo nos domicílios brasileiros foi de 4,5 g por pessoa (ou 4,7 g para uma ingestão diária de 2.000 Kcal), excedendo, assim, em mais de duas vezes o limite recomendado de ingestão desse nutriente. Embora a maior parte do sódio disponível para consumo em todas classes de renda provenha do sal de cozinha e de condimentos à base desse sal (76,2%), a fração proveniente de alimentos processados com adição de sal aumenta linear e intensamente com o poder aquisitivo domiciliar, representando 9,7% do total de sódio no quinto inferior da distribuição da renda per capita e 25,0% no quinto superior. CONCLUSÕES: Os resultados indicam que o consumo de sódio no Brasil excede largamente a recomendação máxima para esse nutriente em todas as macrorregiões brasileiras e em todas as classes de renda.

Publicado

2009-04-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Sarno, F., Claro, R. M., Levy, R. B., Bandoni, D. H., Ferreira, S. R. G., & Monteiro, C. A. (2009). Estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, 2002-2003 . Revista De Saúde Pública, 43(2), 219-225. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000002