Orientação temporal e funções executivas na predição de mortalidade entre idosos: estudo Epidoso

Autores

  • André Junqueira Xavier Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Informática em Saúde
  • Eleonora d´Orsi Universidade Federal de Santa Catarina; Centro de Ciências da Saúde
  • Daniel Sigulem Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Informática em Saúde
  • Luiz Roberto Ramos Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000100016

Palavras-chave:

Idoso, Cognição, Percepção do Tempo, Atividades Cotidianas, Estudos de Coortes

Resumo

OBJETIVO: Analisar a capacidade preditiva de índice cognitivo funcional para mortalidade entre idosos. MÉTODOS: Estudo de coorte realizado com 1.667 idosos acima de 65 anos residentes no município de São Paulo, SP, no período 1991-2001. O índice cognitivo funcional foi construído a partir da orientação temporal e funções executivas (fazer compras e tomar medicação), controlado por variáveis sociodemográficas, hábitos de vida, morbidade, autopercepção de saúde, internação, edentulismo e suporte social. Os óbitos ocorridos no período foram investigados com familiares em entrevistas domiciliares, em cartórios e registros da Fundação Seade (até 2003). Foram calculados riscos relativos brutos e ajustados com respectivos intervalos com 95% de confiança por meio de análise bivariada e múltipla com regressão de Poisson, adotando-se p<0,05. RESULTADOS: No modelo multivariado final os fatores de risco independentes identificados pelo índice foram: perda parcial da orientação temporal ou funções executivas (RR=1,37; IC 95%: 1,03;1,83); perda total da orientação e parcial das funções (RR=1,71; IC 95%: 1,24;2,37); perda parcial da orientação e total das funções (RR=1,76; IC 95%: 1,35;2,28); perda total da orientação e das funções (RR=1,64; IC 95%: 1,30;2,06), Quanto às condições de saúde: internação (RR=1,45; IC 95%: 1,22;1,73); diabetes (RR=1,20; IC 95%: 1,00;1,44); edentulismo total (RR=1,34; IC 95%: 1,09;1,66). Relacionamento mensal com parentes foi identificado como fator protetor (RR=0,83; IC 95%: 0,69;1,00). CONCLUSÕES: O Índice Cognitivo Funcional pode auxiliar clínicos e planejadores em decisões sobre estratégias de seguimento e prevenção de causas tratáveis de déficit cognitivo e perda funcional para diminuir a mortalidade entre os idosos.

Publicado

2010-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Xavier, A. J., d´Orsi, E., Sigulem, D., & Ramos, L. R. (2010). Orientação temporal e funções executivas na predição de mortalidade entre idosos: estudo Epidoso . Revista De Saúde Pública, 44(1), 148-158. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000100016