Desigualdade social e exposição a campos magnéticos na Região Metropolitana de São Paulo

Autores

  • Mateus Habermann Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Ciências
  • Izabel Marcílio USP; FM; Departamento de Medicina Preventiva
  • Marina Lopes USP; FM; Departamento de Medicina Preventiva
  • Rogério Prado USP; FM; Departamento de Medicina Preventiva
  • Miriam Souza USP; FM; Departamento de Medicina Preventiva
  • Nelson Gouveia USP; FM; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000400014

Palavras-chave:

Campos Eletromagnéticos^i1^sefeitos adver, Exposição Ambiental, Fatores de Risco, Fatores Socioeconômicos, Desigualdades em Saúde, Estudos transversais

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência de exposição aos campos magnéticos gerados por linhas de transmissão (LT) e caracterizar a população exposta. MÉTODOS: Informações sobre LT da Região Metropolitana de São Paulo foram fornecidas pelas concessionárias de energia e mapeadas usando sistema de informação geográfica (SIG). Dados demográficos e socioeconômicos foram obtidos por meio do Censo 2000 e incluídos no SIG em outra camada. Foram considerados expostos os domicílios e seus habitantes localizados a uma distância da LT suficiente para gerar um campo magnético 0,3 µT (microteslas). A prevalência foi estimada por meio da área de corredores de exposição ao longo das LT. A largura dos corredores de exposição se baseou em duas abordagens: uma consistiu em larguras pré-definidas pela tensão da LT e a outra por meio de cálculo do campo magnético. As informações socioeconômicas entre expostos e não expostos foram comparadas pela aplicação do teste de duas proporções (α= 5%). RESULTADOS: Nos corredores com larguras pré-definidas a prevalência de exposição foi de 2,4% e nos corredores calculados, foi de 1,4%. Ambos os métodos indicaram maior prevalência de exposição na população mais jovem, com menores níveis de renda e escolaridade (p < 0,001). CONCLUSÕES: A prevalência de exposição aos campos magnéticos gerados por LT na região metropolitana de São Paulo ficou abaixo do observado em outros países. Os resultados indicam desigualdade na exposição aos campos magnéticos nessa área urbana, com maiores riscos às populações vulneráveis, como crianças e pessoas socioeconomicamente desfavorecidas.

Publicado

2010-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Habermann, M., Marcílio, I., Lopes, M., Prado, R., Souza, M., & Gouveia, N. (2010). Desigualdade social e exposição a campos magnéticos na Região Metropolitana de São Paulo . Revista De Saúde Pública, 44(4), 703-709. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000400014