O paradoxo epidemiológico do baixo peso ao nascer no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000033Palavras-chave:
Recém-Nascido de Baixo Peso, Mortalidade Infantil, Cesárea, Assistência Perinatal, BrasilResumo
OBJETIVO: Identificar a presença do paradoxo do baixo peso ao nascer (BPN) no Brasil. MÉTODOS: As taxas de BPN e de cesárea, de 1995 a 2007, foram estimadas a partir do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. As taxas de mortalidade infantil, foram calculadas por métodos indiretos, com correção para sub-registro. A taxa de escolaridade foi obtida de dados censitários. As tendências da taxa de BPN foram avaliadas utilizando-se modelos de regressão joinpoint. As associações entre a taxa de BPN com outros indicadores foram avaliadas por regressão lowess e correlação de Spearman. RESULTADOS: No Brasil, as tendências da taxa de BPN foram não lineares e não significantes: a taxa caiu de 7,9% em 1995 para 7,7% em 2000, aumentando para 8,2% em 2003 e permanecendo estável em 8,2% em 2007. Entretanto, as tendências variaram nas regiões brasileiras: houve aumentos significantes no Norte (2,7% por ano), de 1999 a 2003, e no Sul (1,0% por ano) e Centro-Oeste (0,6% por ano), de 1995 a 2007. As taxas de BPN foram mais altas e as taxas de mortalidade infantil mais baixas nas regiões mais desenvolvidas do que nas menos desenvolvidas. Em 2005, quanto mais elevada a taxa de mortalidade infantil, menor foi a taxa de BPN (p = 0,009); quanto mais alta a taxa de baixa escolaridade, menor foi a taxa de BPN (p = 0,007); quanto maior o número de leitos de terapia intensiva neonatal por 1.000 nascidos vivos, mais elevada foi a taxa de BPN (p = 0,036). CONCLUSÕES: O paradoxo do BPN foi detectado no Brasil. A taxa de BPN está aumentando em algumas regiões brasileiras. Diferenças regionais na taxa de BPN parecem estar mais relacionadas à disponibilidade de assistência perinatal do que às condições sociais.Downloads
Publicado
2010-10-01
Edição
Seção
Artigos Originais
Como Citar
Silva, A. A. M. da, Silva, L. M. da, Barbieri, M. A., Bettiol, H., Carvalho, L. M. de, Ribeiro, V. S., & Goldani, M. Z. (2010). O paradoxo epidemiológico do baixo peso ao nascer no Brasil . Revista De Saúde Pública, 44(5), 767-775. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000033