Política Nacional de Saúde Bucal: fatores associados à integralidade do cuidado

Autores

  • Sônia Cristina Lima Chaves Universidade Federal da Bahia; Faculdade de Odontologia; Departamento de Odontologia Social e Pediátrica
  • Sandra Garrido de Barros Universidade Federal da Bahia; Faculdade de Odontologia; Departamento de Odontologia Social e Pediátrica
  • Denise Nogueira Cruz Universidade Federal da Bahia; Faculdade de Odontologia; Departamento de Odontologia Social e Pediátrica
  • Andreia Cristina Leal Figueiredo Universidade Federal da Bahia; Faculdade de Odontologia; Departamento de Odontologia Social e Pediátrica
  • Bárbara Laisa Alves Moura UFBA; Instituto de Saúde Coletiva
  • Maria Cristina Teixeira Cangussu Universidade Federal da Bahia; Faculdade de Odontologia; Departamento de Odontologia Social e Pediátrica

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000041

Palavras-chave:

Assistência Odontológica Integral, Acesso aos Serviços de Saúde, Serviços de Saúde Bucal, Odontologia em Saúde Pública, Política de Saúde, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Analisar fatores relacionados à integralidade na assistência à saúde bucal em centros de especialidades odontológicas segundo os princípios norteadores da Política Nacional de Saúde Bucal. MÉTODOS: Estudo exploratório transversal baseado em entrevista com 611 usuários de quatro centros de especialidades odontológicas da Bahia em 2008. A variável dependente foi descrita como "integralidade na saúde bucal", correspondente à realização de tratamento odontológico básico antes do tratamento especializado ou concomitante a este. As principais co-variáveis se referiram a cobertura da estratégia saúde da família no município, características sociodemográficas dos usuários, acessibilidade organizacional e geográfica ao serviço, além do tipo de especialidade demandada. RESULTADOS: Residentes de cidades em que o Programa Saúde da Família tinha cobertura >; 50% tiveram mais chance de concluir o tratamento odontológico (RP = 2,03, IC 95%: 1,33;3,09) em relação àqueles residentes em locais com cobertura menor. Quem buscou tratamento endodôntico teve mais chance de receber assistência integral à saúde bucal do que os usuários em busca de outras especialidades (RP = 2,31, IC 95%: 1,67;3,19). Os usuários com maior facilidade no acesso geográfico ao serviço especializado (RP = 1,22, IC 95%: 1,03;1,41), com ficha de referência (RP = 2,95, IC 95%: 1,82;4,78) e oriundos da atenção primária (RP = 3,13, IC 95%: 1,70;5,77) tiveram mais chance de alcançar a integralidade na assistência à saúde bucal em relação aos demais usuários. CONCLUSÕES: Usuários com facilidade de acesso geográfico, mais jovens e necessidade de serviço endodôntico tiveram mais chance de receber assistência integral. A implantação de centros de especialidades odontológicas em municípios nos quais a atenção primária à saúde não esteja adequadamente estruturada não é recomendada, visto que a atenção secundária estaria atendendo a livre demanda e executando procedimentos básicos e, portanto, não cumprindo o princípio da integralidade pretendida.

Publicado

2010-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Chaves, S. C. L., Barros, S. G. de, Cruz, D. N., Figueiredo, A. C. L., Moura, B. L. A., & Cangussu, M. C. T. (2010). Política Nacional de Saúde Bucal: fatores associados à integralidade do cuidado . Revista De Saúde Pública, 44(6), 1005-1013. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000041