Anos potenciais de vida perdidos e custos hospitalares da leptospirose no Brasil

Autores

  • Verena Maria Mendes de Souza Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; SUS; Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços
  • Maria de Lourdes Nobre Simões Arsky MS; SVS; Unidade de Doenças Relacionadas a Roedores e Outros Agravos de Importância Epidemiológica
  • André Peres Barbosa de Castro Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; SUS; Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços
  • Wildo Navegantes de Araujo Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; SUS; Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000070

Palavras-chave:

Leptospirose, economia, Hospitalização, Custos de Cuidados de Saúde, Anos Potenciais de Vida Perdidos

Resumo

OBJETIVO: Estimar os custos associados à hospitalização e os anos potenciais de vida perdidos devido à leptospirose. MÉTODOS: Foram utilizados os bancos de dados de sistemas de informação em saúde do Ministério da Saúde para o relacionamento probabilístico dos casos e internações que evoluíram a óbito por leptospirose em 2007. No Sistema de Informação de Agravos de Notificação os casos confirmados foram subdivididos em internação e óbito, que foram relacionados às seguintes bases: Sistema de Informações Hospitalares (registros com diagnóstico principal) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (causa básica do óbito, A27.0, A27.8 e A27.9). Foram estimados os custos parciais de internação, os óbitos pela doença, os anos potenciais de vida e de trabalho perdidos. RESULTADOS: As características da maioria das internações que evoluíram para óbito eram: sexo masculino, entre 18 e 49 anos, raça branca, zona urbana e ensino fundamental incompleto. Foram 6.490 anos potenciais de vida perdidos, sendo 75% da faixa etária de 20 a 49 anos. Quando ajustada pela população, a perda foi de 15 dias de vida/1.000 habitantes. A proporção de anos potenciais de vida perdidos pelo número de óbitos foi em média de 30 anos perdidos para cada óbito. O impacto financeiro estimado foi equivalente a R$ 22,9 milhões em salários não ganhos. Os custos hospitalares foram de R$ 831,5 mil. Considerando os dias de salário perdidos por período de internação (mediana: 6 dias), houve perda de R$ 103,0 mil. CONCLUSÕES: Houve elevado custo social em termo de anos potenciais de vida perdidos e gasto hospitalar parcial com leptospirose quando comparado ao possível tratamento precoce ou não adoecimento, o que poderia ter minimizado o impacto dessa doença na população brasileira.

Publicado

2011-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Souza, V. M. M. de, Arsky, M. de L. N. S., Castro, A. P. B. de, & Araujo, W. N. de. (2011). Anos potenciais de vida perdidos e custos hospitalares da leptospirose no Brasil . Revista De Saúde Pública, 45(6), 1001-1008. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000070