Prevalencia de tracoma entre escolares brasileiros

Autores

  • Maria de Fatima Costa Lopes Ministerio da Saude; Secretaria de Vigilancia Sanitaria; Coordenacao Geral de Doencas Transmissiveis; Departamento de Vigilancia Epidemiologica
  • Expedito Jose de Albuquerque Luna Universidade de Sao Paulo; Instituto de Medicina Tropical
  • Norma Helen Medina Secretaria de Estado da Saude; Coordenadoria de Controle de Doencas; Centro de Oftalmologia Sanitaria; Centro de Vigilancia Epidemiologica Prof Alexandre Vranjac
  • Maria Regina Alves Cardoso Universidade de Sao Paulo; Faculdade de Saude Publica; Departamento de Epidemiologia
  • Helen Selma de Abreu Freitas Ministerio da Saude; Secretaria de Vigilancia Sanitaria; Coordenacao Geral de Doencas Transmissiveis; Departamento de Vigilancia Epidemiologica
  • Ines Kazue Koizumi Secretaria de Estado da Saude; Coordenadoria de Controle de Doencas; Divisao de Metodos e Capacitacao em Epidemiologia; Centro de Vigilancia Epidemiologica Prof Alexandre Vranjac
  • Neusa Aparecida Ferreira Alves Bernardes Secretaria de Estado da Saude de Tocantins
  • Jose Alfredo Guimaraes Ministerio da Saude; Secretaria de Vigilancia Sanitaria; Coordenacao Geral de Doencas Transmissiveis; Departamento de Vigilancia Epidemiologica

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47i3.76650

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência e descrever a distribuição do tracoma entre escolares em municípios brasileiros. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, usando amostragem por conglomerados, da população escolar dos municípios brasileiros com Índice de Desenvolvimento Humano-Municipal menor que a média nacional. O inquérito de prevalência de tracoma foi realizado pelo Ministério da Saúde entre 2002 e 2007. Foram selecionados 119.531 alunos de 2.270 escolas localizadas em 1.156 municípios. Os alunos foram submetidos ao exame ocular externo, com lupa (2,5X), para detecção de sinais clínicos de tracoma segundo critérios da OMS. Estimou-se a prevalência de tracoma segundo estado e em nível nacional, e seus respectivos intervalos de 95% de confiança. Para a comparação de variáveis categóricas foram usados os testes do Qui-quadrado e do Qui-quadrado de tendência linear. RESULTADOS: Foram detectados 6.030 casos de tracoma, resultando em prevalência de 5,0% (IC95% 4,5;5,4). Não foi encontrada diferença significante entre os sexos. A prevalência de tracoma foi de 8,2% entre menores de cinco anos de idade, diminuindo nas faixas etárias mais altas (p < 0,01). Houve diferença significante entre as prevalências de tracoma na zona urbana e rural, 4,3% versus 6,2%, respectivamente (p < 0,01). Foram detectados casos em 901 municípios (77,7% da amostra), em todas as regiões do País. Em 36,8% dos municípios selecionados a prevalência foi superior a 5%. CONCLUSÕES: O estudo mostra que o tracoma é um importante problema de saúde pública no Brasil, contradizendo a crença de que a endemia estaria controlada no País. O inquérito realizado apresenta uma linha de base para avaliação das intervenções planejadas com vistas ao alcance da meta mundial de certificação da eliminação do tracoma como causa de cegueira no Brasil, até 2020.

Publicado

2013-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Lopes, M. de F. C., Luna, E. J. de A., Medina, N. H., Cardoso, M. R. A., Freitas, H. S. de A., Koizumi, I. K., Bernardes, N. A. F. A., & Guimaraes, J. A. (2013). Prevalencia de tracoma entre escolares brasileiros. Revista De Saúde Pública, 47(3), 451-459. https://doi.org/10.1590/rsp.v47i3.76650