Impacto orçamentário da incorporação da tomografia de emissão de pósitrons – tomografia computadorizada para estadiamento de câncer pulmonar

Autores

  • Aline Navega Biz Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Rosângela Caetano Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social; Departamento de Planejamento e Administração em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005447

Palavras-chave:

Tomografia por Emissão de Pósitrons, economia, Carcinoma Pulmonar de Células Não Pequenas, terapia, Custos de Cuidados de Saúde, Orçamentos, Sistema Único de Saúde

Resumo

OBJETIVO Estimar o impacto orçamentário da incorporação da tomografia por emissão de pósitrons (PET) no estadiamento mediastinal e à distância do câncer pulmonar de células não pequenas.MÉTODOS As estimativas foram calculadas pelo método epidemiológico para os anos de 2014 a 2018. Utilizaram-se dados nacionais de incidência; de distribuição de doença e acurácia das tecnologias procedentes da literatura, e de custos, de estudo de microcustos e das bases de dados do Sistema Único de Saúde. Analisaram-se duas estratégias de uso da PET: oferta a todos os pacientes recém-diagnosticados, e restrita àqueles que apresentassem resultados negativos de tomografia computadorizada (TC) prévia. Foram realizadas análises de sensibilidade univariadas e por cenários extremos para avaliar influência de fontes de incertezas nos parâmetros utilizados.RESULTADOS A incorporação da PET-TC ao Sistema Único de Saúde implicaria na necessidade de recursos adicionais de R$158,1 (US$98,2) milhões para oferta restrita a R$202,7 (US$125,9) milhões para oferta abrangente em cinco anos, com diferença entre as duas estratégias de oferta de R$44,6 (US$27,7) milhões no período. Em termos absolutos, o impacto orçamentário total da incorporação no Sistema Único de Saúde, em cinco anos, seria de R$555 (US$345) e R$600 (US$372,8) milhões, respectivamente. Custos do procedimento PET-TC foram o parâmetro de maior influência nos resultados. No cenário por extremos mais otimista, os impactos orçamentários incrementais reduzir-se-iam para R$86,9 (US$54) e R$103,8 (US$64,5) milhões, considerando PET-TC para TC negativa e PET-TC para todos, respectivamente.CONCLUSÕES A incorporação da PET no estadiamento clínico do câncer pulmonar de células não-pequenas parece ser financeiramente factível frente à magnitude do orçamento do Ministério da Saúde. A potencial redução no número de cirurgias desnecessárias pode produzir maior eficiência na alocação dos recursos disponíveis.

Publicado

2015-01-01

Edição

Seção

Prática de Saúde Pública

Como Citar

Biz, A. N., & Caetano, R. (2015). Impacto orçamentário da incorporação da tomografia de emissão de pósitrons – tomografia computadorizada para estadiamento de câncer pulmonar. Revista De Saúde Pública, 49, 57. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005447