Fatores associados a distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho autorreferidos em adultos brasileiros

Autores

  • Ada Ávila Assunção Universidade Federal de Minas Gerais; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Mery Natali Silva Abreu Universidade Federal de Minas Gerais; Departamento de Enfermagem Aplicada

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000282

Palavras-chave:

Transtornos Traumáticos Cumulativos, epidemiologia, Fatores de Risco, Fatores Socioeconômicos, Condições de Trabalho, Inquéritos Epidemiológicos

Resumo

OBJETIVO Descrever a prevalência de distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (Dort) e analisar os fatores associados com esse desfecho na população brasileira. MÉTODOS Neste estudo transversal, de base populacional, utilizamos dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. A amostra foi composta por 60.202 brasileiros com 18 anos ou mais de idade. A variável desfecho foi a ocorrência de Dort autorreferida. Como variáveis explicativas, foram investigadas características sociodemográficas, ocupacionais, recursos pessoais e condições de saúde. As análises foram realizadas com o software Stata 12.0 e levaram em consideração as ponderações impostas pelo delineamento amostral do estudo. Foi realizado, então, um modelo logístico binário uni e multivariado, considerando o nível de significância de 5%. RESULTADOS Os resultados obtidos indicaram que a prevalência de Dort na população brasileira foi de 2,5%, variando de 0,2% (Acre) a 4,2% (Santa Catarina). Os fatores associados à maior chance de ocorrência de Dort foram: sexo feminino (OR = 2,33; IC95% 1,72–3,15); estar afastado temporariamente do trabalho (OR = 2,44; IC95% 1,41–4,23); estar exposto a ruído no local de trabalho (OR = 2,16; IC95% 1,68–2,77); antiguidade igual ou superior a 4,5 anos no trabalho atual (OR = 1,37; IC95% 1,09–1,72); participar de trabalho voluntário (OR = 1,65; IC95% 1,25–2,17); relatar diagnóstico médico de artrite ou reumatismo (OR = 2,40; IC95% 1,68–3,44) e de depressão (OR = 2,48; IC95% 1,86–3,31). Por outro lado, foram associados à menor chance de diagnóstico de Dort: não ter parceiro (OR = 0,73; IC95% 0,37–0,71) e trabalhar em ambiente aberto (OR = 0,51; IC95% 0,37–0,71). CONCLUSÕES Os fatores associados e a prevalência encontrada indicam diferenças regionais e de gênero. Especial atenção às comorbidades e monitoramento do ruído ambiental beneficiariam a saúde dos trabalhadores no país.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Assunção, A. Ávila, & Abreu, M. N. S. (2017). Fatores associados a distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho autorreferidos em adultos brasileiros. Revista De Saúde Pública, 51(supl.1), 10s-. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000282