Aflatoxinas e ocratoxina A em alimentos e riscos para a saúde humana

Autores/as

  • Eloisa Dutra Caldas Universidade de Brasília; Faculdade de Ciências da Saúde
  • Saulo Cardoso Silva Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal
  • João Nascimento Oliveira Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000300010

Palabras clave:

Aflatoxinas, Ocratoxinas, Análise de alimentos, Contaminação de alimentos, Vigilância sanitária, Amendoim, Milho

Resumen

OBJETIVOS: A presença de micotoxinas em alimentos tem sido correlacionada a várias patologias humanas, e as autoridades de saúde no mundo todo têm implementado ações para diminuir a ingestão desses compostos pela dieta. Realizou-se pesquisa para analisar os níveis de aflatoxinas e ocratoxina A de alimentos para consumo e avaliar o potencial de risco da exposição humana a essas micotoxinas. MÉTODOS: Foram analisadas 366 amostras de alimentos consumidos no Distrito Federal, no período de julho de 1998 a dezembro de 2001, como amendoim e derivados, castanhas, milho, produtos de trigo e/ou aveia, arroz e feijão. As amostras foram processadas, e as micotoxinas extraídas, detectadas e quantificadas por fluorescência após separação em cromatografia camada delgada. RESULTADOS: Foram detectadas aflatoxinas em 19,6% das amostras, em amendoim cru e derivados, milho de pipoca, milho em grão e castanha-do-pará (>;2 mig/kg). Amendoim e derivados apresentaram maior incidência de contaminação por aflatoxinas (34,7%) com amostras contendo até 1.280 mig/kg de AFB1+AFG1 e 1.706 mig/kg de aflatoxinas totais. Das amostras positivas, AFB1 estava presente em 98,5%, AFB2 em 93%, AFG1 em 66,7% e AFG2 em 65,4%. A ocratoxina A não foi detectada (<25 mig/kg) em nenhuma amostra analisada. CONCLUSÃO: Os níveis de contaminação encontrados em amendoim e derivados ultrapassaram os níveis máximos permitidos pela legislação brasileira, podendo significar fator de risco para a população que os consome regularmente. A conscientização dos produtores de alimentos e as ações de vigilância sanitária permanentes são essenciais para diminuir a exposição humana a esses compostos e prevenir doenças crônicas advindas dessa exposição.

Publicado

2002-06-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Caldas, E. D., Silva, S. C., & Oliveira, J. N. (2002). Aflatoxinas e ocratoxina A em alimentos e riscos para a saúde humana . Revista De Saúde Pública, 36(3), 319-323. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000300010