Álcool e adolescentes: estudo para implementar políticas municipais

Autores

  • Denise Leite Vieira Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria; Unidade de Estudos sobre Álcool e Drogas
  • Marcelo Ribeiro Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria; Unidade de Estudos sobre Álcool e Drogas
  • Marcos Romano Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria; Unidade de Estudos sobre Álcool e Drogas
  • Ronaldo R Laranjeira Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria; Unidade de Estudos sobre Álcool e Drogas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000022

Palavras-chave:

Adolescente, Consumo de bebidas alcoólicas^i1^sefeitos adver, Consumo de bebidas alcoólicas^i1^sprevenção e contr, Política social, Estudantes, Comportamento do adolescente, Questionários

Resumo

OBJETIVO: Traçar um perfil de estudantes em relação ao consumo de álcool e comportamentos de risco. MÉTODOS: Participaram do estudo 1.990 alunos, com idade entre 11 e 21 anos, de ambos os sexos, matriculados em escolas públicas e privadas de Paulínia, SP, 2004. Um questionário de auto-preenchimento foi respondido em sala de aula, sem a presença do professor. Analisou-se a percepção da disponibilidade e facilidade de acesso às bebidas alcoólicas, contexto do beber e conseqüências do consumo. RESULTADOS: A prevalência de uso de álcool na vida foi de 62,2%. Em relação aos últimos 30 dias, 17,3% dos alunos relataram pelo menos um episódio de abuso agudo. Os adolescentes reportaram que adquiram facilmente bebidas alcoólicas de estabelecimentos comerciais e também em contextos sociais com parentes e amigos. Apenas 1% dos menores de idade relatou que tentou, mas não conseguiu comprar bebida alcoólica. Como conseqüências negativas do consumo nos últimos 12 meses, os estudantes relataram ter passado mal por ter bebido (17,9%), arrependimento por algo que fizeram sob o efeito do álcool (11%), blackout (9,8%) e ter brigado após beber (5%). Mais da metade (55%) dos estudantes conhecia alguém que sofreu acidente de trânsito provocado por motorista embriagado. CONCLUSÕES: Os dados revelaram alta prevalência de consumo de álcool entre os adolescentes estudados e fácil acesso às bebidas alcoólicas, inclusive por menores de idade. Os jovens se colocaram em risco e apresentaram conseqüências negativas do consumo de álcool. Há necessidade de ações imediatas em relação às políticas públicas para o consumo de álcool no Brasil.

Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Vieira, D. L., Ribeiro, M., Romano, M., & Laranjeira, R. R. (2007). Álcool e adolescentes: estudo para implementar políticas municipais . Revista De Saúde Pública, 41(3), 396-403. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000022