Tendências no uso de antidepressivos entre idosos mais velhos: Projeto Bambuí

Autores/as

  • Antônio Ignácio de Loyola Filho Universidade Federal de Minas Gerais; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem Aplicada
  • Érico Castro-Costa Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas René Rachou; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Josélia Oliveira Araújo Firmo Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas René Rachou; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Sérgio Viana Peixoto Universidade Federal de Minas Gerais; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem Aplicada

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005406

Resumen

OBJETIVO Analisar a tendência e os fatores associados ao uso de antidepressivos por idosos mais velhos. MÉTODOS Estudo de base populacional com idosos integrantes da linha base (n = 351, em 1997) e dos sobreviventes no 15º seguimento (n = 462, em 2012) da coorte idosa de Bambuí. Estimou-se a prevalência do consumo de antidepressivos e foram identificados os antidepressivos mais consumidos em cada ano. Razões de prevalência com intervalos de confiança de 95% foram estimadas por meio da regressão de Poisson, com variância robusta, na investigação de diferenças de prevalência no uso do medicamento entre os dois anos. RESULTADOS O consumo global de antidepressivo (RP = 2,87; IC95% 1,94;4,25) e do grupo dos inibidores seletivos da recaptura da serotonina (RP = 7,50; IC95% 3,74;15,02) foi significativamente maior em 2012. Entretanto, não foi observada diferença significativa no consumo de antidepressivos tricíclicos entre as duas coortes (RP = 0,89; IC95% 0,49;1,62). Na coorte recente (2012), o uso de antidepressivos mostrou-se associado ao sexo feminino, à idade e à renda (≥ 4 salários mínimos) mais elevadas, à autoavaliação da saúde como razoável e à realização de cinco ou mais consultas médicas nos últimos 12 meses. CONCLUSÕES O crescimento do consumo de antidepressivos no período, devido ao aumento no uso dos inibidores seletivos da recaptura da serotonina, mostrou-se consistente com o observado em estudos internacionais, com diferentes populações e contextos. A associação positiva observada em relação à renda alerta para possível desigualdade no acesso aos serviços de saúde mental.

Publicado

2014-12-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Loyola Filho, A. I. de, Castro-Costa, Érico, Firmo, J. O. A., & Peixoto, S. V. (2014). Tendências no uso de antidepressivos entre idosos mais velhos: Projeto Bambuí. Revista De Saúde Pública, 48(6), 857-865. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005406