Gravidade da maloclusão em adolescentes: estudo de base populacional no norte de Minas Gerais, Brasil

Autores/as

  • Marise Fagundes Silveira Universidade Estadual de Montes Claros; Departamento de Ciências Exatas
  • Rafael Silveira Freire Universidade Estadual de Montes Claros
  • Marcela Oliveira Nepomuceno Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros
  • Andrea Maria Eleutério de Barros Lima Martins Universidade Estadual de Montes Claros; Departamento de Odontologia
  • Luiz Francisco Marcopito Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005861

Resumen

OBJETIVO Identificar os fatores associados à gravidade da maloclusão em uma população de adolescentes. MÉTODOS Neste estudo transversal de base populacional, o tamanho da amostra (n = 761) foi calculado considerando prevalência de maloclusão de 50,0%, com nível de 95% de confiança e precisão de 5,0%. Foi adotada correção para o efeito de delineamento (deff = 2), e acréscimo de 20,0% para compensar perdas e recusas. Adotou-se amostragem probabilística por conglomerado em múltiplos estágios. Profissionais treinados e calibrados realizaram os exames intrabucais e entrevistas nos domicílios. A variável dependente, gravidade da maloclusão, foi avaliada pelo Índice de Estética Dental. As variáveis independentes foram agrupadas em cinco blocos: características demográficas, condição socioeconômica, uso de serviços odontológicos, comportamento relacionado à saúde e condições subjetivas de saúde bucal. Foi utilizado modelo de regressão logística ordinal para identificar os fatores associados à gravidade da maloclusão. RESULTADOS Foram entrevistados e examinados 763 adolescentes (taxa de resposta de 91,5%), dos quais 69,6% não apresentou anormalidades ou apresentou maloclusão leve. Maloclusão definida foi observada em 17,8% dos adolescentes, sendo grave ou muito grave em 12,6% dos adolescentes, com tratamento ortodôntico altamente necessário ou fundamental. As chances de maior gravidade de maloclusão foram maiores entre adolescentes que relataram ser negro, índio, pardo ou amarelo, ter menor renda per capita, ter hábitos bucais deletérios, ter percepção negativa de sua aparência e percepção do seu relacionamento social afetado pela condição bucal. CONCLUSÕES As maloclusões graves ou muito grave foram mais prevalentes entre adolescentes com desvantagem social, que relataram hábitos deletérios, que perceberam comprometimento estético e nas relações sociais. Visto que as oclusopatias podem interferir na autoimagem dos adolescentes, torna-se fundamental o aprimoramento de políticas públicas voltadas para a inclusão do tratamento ortodôntico entre os procedimentos de saúde acessíveis a essa população, sobretudo aos menos favorecidos socioeconomicamente.

Publicado

2016-01-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Silveira, M. F., Freire, R. S., Nepomuceno, M. O., Martins, A. M. E. de B. L., & Marcopito, L. F. (2016). Gravidade da maloclusão em adolescentes: estudo de base populacional no norte de Minas Gerais, Brasil . Revista De Saúde Pública, 50, 11. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005861