Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública

Autores/as

  • Luiz Roberto Ramos Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Noemia Urruth Leão Tavares Universidade de Brasília; Faculdade de Ciências da Saúde; Departamento de Farmácia
  • Andréa Dâmaso Bertoldi Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Social
  • Mareni Rocha Farias Universidade Federal de Santa Catarina; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Ciências Farmacêuticas
  • Maria Auxiliadora Oliveira Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica
  • Vera Lucia Luiza Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica
  • Tatiane da Silva Dal Pizzol Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Farmácia; Departamento de Produção e Controle de Medicamentos
  • Paulo Sérgio Dourado Arrais Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem; Departamento de Farmácia
  • Sotero Serrate Mengue Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006145

Resumen

OBJETIVO Analisar as variações da prevalência do uso crônico de medicamentos por idosos no Brasil segundo sua possível associação com as doenças crônicas mais prevalentes, fatores sociodemográficos e de saúde, e identificar fatores de risco para polifarmácia. MÉTODOS Estudo com dados da Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos, de caráter transversal e amostra probabilística populacional em municípios brasileiros urbanos. A variável independente foi o número de medicamentos de uso crônico por idosos, vinculados às oito doenças crônicas investigadas. As variáveis intervenientes foram sexo, faixa etária, situação conjugal, escolaridade, nível socioeconômico, região do País, índice de massa corporal, hábito de fumar, percepção da própria saúde, internação no último ano e posse de plano de saúde privado, além das doenças crônicas referidas. Uma análise multivariável identificou os fatores de risco para polifarmácia. RESULTADOS A prevalência de pelo menos um medicamento de uso crônico entre idosos foi de 93,0%. Do total de idosos, 18,0% utilizavam pelo menos cinco medicamentos (polifarmácia). A polifarmácia foi maior entre os mais idosos (20,0%), na região Sul (25,0%), nos que avaliaram a própria saúde como ruim (35,0%), nos obesos (26,0%), nos que referiram ter plano de saúde (23,0%) ou internação no último ano (31,0%) e entre os que referiram qualquer uma das doenças investigadas, particularmente diabetes (36,0%) e doenças cardíacas (43,0%). No modelo final de risco para polifarmácia permaneceram idade, região, percepção de saúde, posse de plano de saúde, internação no último ano e todas as doenças investigadas exceto acidente vascular cerebral. CONCLUSÕES Idosos com doenças específicas têm fatores de risco para polifarmácia modificáveis por ações que visem o uso racional de medicamentos. Com o envelhecimento populacional em curso e a política exitosa de acesso a medicamentos, a tendência é aumentar a utilização de medicamentos por idosos, que deve ser prioridade na agenda de planejamento do Sistema Único de Saúde.

Publicado

2016-01-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Ramos, L. R., Tavares, N. U. L., Bertoldi, A. D., Farias, M. R., Oliveira, M. A., Luiza, V. L., Pizzol, T. da S. D., Arrais, P. S. D., & Mengue, S. S. (2016). Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública . Revista De Saúde Pública, 50(supl2), 9s. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006145