Desigualdades socioeconômicas e mudanças nos comportamentos em saúde bucal de adolescentes brasileiros de 2009 a 2012

Autores

  • Maria do Carmo Matias Freire Universidade Federal de Goiás; Faculdade de Odontologia; Departamento de Ciências Estomatológicas
  • Lidia Moraes Ribeiro Jordão Universidade Federal de Goiás; Faculdade de Odontologia
  • Deborah Carvalho Malta Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde
  • Silvânia Suely Caribé de Araújo Andrade Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde
  • Marco Aurelio Peres University of Adelaide; School of Dentistry; Australian Research Centre for Population Oral Health

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005562

Palavras-chave:

Comportamento do Adolescente, Higiene Bucal, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde, Inquéritos de Saúde Bucal, Fatores Socioeconômicos, Desigualdades em Saúde

Resumo

OBJETIVO Analisar a evolução de comportamentos em saúde bucal em adolescentes em relação às desigualdades da escolaridade materna.MÉTODOS Foram analisados dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. A amostra foi composta por 60.973 e 61.145 escolares do nono ano das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal em 2009 e 2012, respectivamente. Foram analisados comportamentos em saúde bucal (frequência de escovação dentária, consumo de guloseimas, consumo de refrigerantes e experimentação de cigarros) e variáveis sociodemográficas (idade, sexo, raça/cor, tipo de escola e escolaridade materna). Compararam-se os comportamentos em saúde bucal e os fatores sociodemográficos nos dois anos (teste de Rao-Scott) e calcularam-se medidas de desigualdades socioeconômicas absolutas e relativas em saúde (coeficiente angular de desigualdade e índice de concentração relativa), utilizando-se como indicador a escolaridade materna expressa em anos de estudo (>; 11; 9-11; ≤ 8).RESULTADOS Quando comparado 2012 em relação a 2009, para todas as categorias de escolaridade materna, observou-se aumento da proporção de pessoas com baixa frequência de escovação, e diminuição do consumo de guloseimas e refrigerantes e da experimentação de cigarros. Em escolas privadas, o coeficiente angular de desigualdade e o índice de concentração relativa positivos indicaram maior consumo de refrigerantes em 2012 e maior experimentação de cigarros nos dois anos entre aqueles cujas mães tinham maior escolaridade, sem mudança significativa das desigualdades. Em escolas públicas, o coeficiente angular de desigualdade e o índice de concentração relativa negativos indicaram maior consumo de refrigerantes entre aqueles cujas mães tinham, nos dois anos estudados, menor escolaridade, sem mudança significativa. Já o índice de concentração relativa positivo indicou desigualdade em 2009 para experimentação de cigarros, com maior prevalência entre aqueles cujas mães tinham maior escolaridade. Não houve desigualdade para frequência de escovação e consumo de guloseimas.CONCLUSÕES As prevalências dos comportamentos em saúde bucal apresentaram mudanças no período investigado. No entanto, tais mudanças não foram relacionadas às desigualdades de escolaridade materna.

Publicado

2015-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Freire, M. do C. M., Jordão, L. M. R., Malta, D. C., Andrade, S. S. C. de A., & Peres, M. A. (2015). Desigualdades socioeconômicas e mudanças nos comportamentos em saúde bucal de adolescentes brasileiros de 2009 a 2012. Revista De Saúde Pública, 49, 50. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005562