Therapeutic itineraries and explanations for tuberculosis: an indigenous perspective

Autores/as

  • Laura Maria Vidal Nogueira Universidade do Estado do Pará; Departamento de Enfermagem Comunitária; Universidade do Estado do Pará
  • Elizabeth Teixeira Universidade do Estado do Pará; Departamento de Enfermagem Comunitária; Universidade do Estado do Pará
  • Paulo Cesar Basta Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Departamento de Endemias Samuel Pessoa; Fundação Oswaldo Cruz
  • Maria Catarina Salvador da Motta Universidade Federal do Rio de Janeiro; Escola de Enfermagem Anna Nery; Departamento de Saúde Pública; Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005904

Palabras clave:

Tuberculose, População Indígena, Medicina Tradicional, Serviços de Saúde do Indígena, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde, Pesquisa Qualitativa

Resumen

RESUMO OBJETIVO Analisar explicações sobre adoecimento por tuberculose e itinerários terapêuticos de indígenas brasileiros. MÉTODOS Estudo de caso, com abordagem quali-descritiva. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 11 indígenas Munduruku, incluindo observação direta do tratamento da tuberculose no município de Jacareacanga, região sudoeste do estado do Pará, em 2010. A fim de identificar explicações para tuberculose e itinerários terapêuticos, realizou-se análise de conteúdo temático. RESULTADOS A medicina tradicional foi o itinerário terapêutico inicial escolhido pelos indígenas. Entretanto, a biomedicina também foi utilizada, indicando haver circulação entre diferentes contextos terapêuticos e concepções de saúde entre os indígenas Munduruku. As explicações variaram do reconhecimento de sinais e sintomas específicos da tuberculose até o relato de que o espírito sai do corpo, vagando pela floresta e que, quando retorna para o corpo, traz consigo a doença. Ao contrário do modelo biomédico, que vincula a transmissão da tuberculose exclusivamente ao contato interpessoal, em espaços fechados, sem luz natural e sem ventilação (preferencialmente em ambientes domésticos), a perspectiva Munduruku associa a doença ao contato indireto entre pessoas socialmente distantes (inimigos ou adversários) em locais públicos e abertos. CONCLUSÕES As explicações formuladas pelos indígenas são singulares e merecem a atenção dos formuladores de políticas de saúde, assim como das equipes que atuam nas aldeias. Para garantir controle eficaz da tuberculose nessas localidades, é necessário que as ações desenvolvidas integrem conhecimentos da biomedicina e da medicina tradicional indígena, além de respeitar e acolher as manifestações da cultura local.

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Publicado

2015-01-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Nogueira, L. M. V., Teixeira, E., Basta, P. C., & Motta, M. C. S. da. (2015). Therapeutic itineraries and explanations for tuberculosis: an indigenous perspective. Revista De Saúde Pública, 49, 96. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005904