Bioquímica da esquistossomose mansônica: V - atividade mitocondrial em fígados e rins de sagüis (Callitrix penicillata) infestados pelo Schistosoma mansoni

Autores/as

  • Luiz Erlon A. Rodrigues Universidade Federal da Bahia; Instituto de Ciências da Saúde; Departamento de Biofunção e de Biomorfologia
  • Maria de Fátima D. Costa Universidade Federal da Bahia; Instituto de Ciências da Saúde; Departamento de Biofunção e de Biomorfologia
  • Roberto José M. Nascimento Universidade Federal da Bahia; Instituto de Ciências da Saúde; Departamento de Biofunção e de Biomorfologia
  • Túlio Miráglia Universidade Federal da Bahia; Instituto de Ciências da Saúde; Departamento de Biofunção e de Biomorfologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101983000200007

Palabras clave:

Esquistossomose mansônica, Sagüi (Callitrix penicillata), Mitocôndria^i1^sfíg, Mitocôndria^i1^sr

Resumen

Foram estudadas mitocôndrias isoladas de fígados e rins de sagüis (Callitrix penicillata) infestados pela inoculação de 200 cercárias e entre 80 e 100 dias de infecção, nos aspectos relativos às suas atividades respiratórias endógenas, bem como frente ao succinato e ao alfa ceto glutarato de sódio. Cada experiência foi acompanhada de controle, usando-se mitocôndrias isoladas de fígados e rins de animais não infectados. As medidas das atividades respiratórias foram efetuadas polarograficamente e expressas em microlitros de oxigênio consumidos por miligrama de proteínas totais por minuto. Os resultados mostraram que as respirações endógenas das mitocôndrias isoladas dos animais infectados foram sempre maiores do que aquelas observadas nos controles. Detectou-se um estímulo para o fígado de 217% e para o rim de 84%. O succinato de sódio estimulou em 85% a respiração das mitocôndrias dos fígados dos animais controles, enquanto a inibiu de 39% nos infectados. Com referência aos rins, este mesmo substrato estimulou a referida respiração tanto nos controles quanto nos infectados, em 89% e 94% respectivamente. O alfa ceto glutarato estimulou as mitocôndrias hepáticas isoladas dos controles em 48% e as renais em 84%. Nos animais esquistossomóticos ou ele não modificou a capacidade respiratória mitocondrial como se observou para o rim, ou a inibiu de 58%, no caso do fígado. Os dados obtidos sugerem que o fígado sofre muito mais, em termos bioquímicos, com a esquistossomose mansônica do que os rins, pelo menos em nossas condições experimentais. As atividades do sistema enzimático succinato desidrogenase e do complexo alfa ceto glutarato desidrogenase permitiram identificar bioquimicamente, em nossos animais esquistossomóticos, vários graus de lesão celular, principalmente hepáticos, que vão desde os mais simples, decorrentes de modificações da físico-química dos sistemas de membranas, até os mais graves, tipo necrose.

Publicado

1983-04-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Rodrigues, L. E. A., Costa, M. de F. D., Nascimento, R. J. M., & Miráglia, T. (1983). Bioquímica da esquistossomose mansônica: V - atividade mitocondrial em fígados e rins de sagüis (Callitrix penicillata) infestados pelo Schistosoma mansoni . Revista De Saúde Pública, 17(2), 130-137. https://doi.org/10.1590/S0034-89101983000200007