Crescimento urbano e doença: a esquistossomose no município de São Paulo (Brasil)

Autores/as

  • Luiz Jacintho da Silva Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Medicina Preventiva e Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101985000100001

Palabras clave:

Esquistossomose^i1^socorrên, Urbanização, Migração interna

Resumen

Procurou-se mostrar o papel da evolução urbana da cidade de São Paulo (Brasil), no surgimento das condições propícias para o estabelecimento da transmissão da esquistossomose que no Sudeste brasileiro é usualmente considerada como conseqüência do processo migratório Nordeste-Sudeste. Nas análises dos determinantes da distribuição da esquistossomose em São Paulo (Brasil), importância desmesurada tem sido atribuída ao processo migratório. O processo de expansão da doença no município de São Paulo é exemplo de uma instância em que o padrão de urbanização foi fator mais relevante do que a migração. A ocupação dos fundos de vale, a partir, do final da década de 1950, pela urbanização desordenada de São Paulo, criou condições ecológicas para o estabelecimento de focos de transmissão de esquistossomose, o que, até então, não era possível, pois a urbanização se verificava exclusivamente nas áreas mais elevadas. Sem a mudança do padrão de urbanização, a esquistossomose não teria se estabelecido no município de São Paulo, não obstante a intensa migração.

Publicado

1985-02-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Silva, L. J. da. (1985). Crescimento urbano e doença: a esquistossomose no município de São Paulo (Brasil) . Revista De Saúde Pública, 19(1), 1-7. https://doi.org/10.1590/S0034-89101985000100001