Observações sobre atividade de mosquitos Culicidae em matas primitivas da planície e perfis epidemiológicos de vários ambientes no Vale do Ribeira, São Paulo, Brasil

Autores/as

  • Oswaldo Paulo Forattini Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Almério de Castro Gomes Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Délsio Natal Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Jair Lício Ferreira Santos Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101986000300002

Palabras clave:

Culicidae, Vale do Ribeira, SP, Brasil, Ecologia, Anopheles cruzii, Anopheles bellator, Culex sacchettae, Aedes scapularis, Culex ribeirensis, Malária^i1^stransmis, Arboviroses^i1^stransmis, Insetos vetores

Resumen

Observou-se o ciclo diário da atividade culicídea em ambiente primitivo das florestas perenifólias higrófilas da planície, compreendendo tanto a quaternária como a de transição, do Sistema da Serra do Mar, no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo (Brasil). Em cada floresta foram realizadas capturas mensais de 25 horas ininterruptas com o emprego de isca humana, bem como a utilização de armadilha tipo Shannon operadas dentro e fora do ambiente florestal. Registrou-se a dominância de An. cruzii embora não de maneira tão acentuada quanto a verificada na mata da encosta, mas que se manteve durante todos os meses do ano. Juntamente com Ae. serratus e An. bellator, esse mosquito manteve-se continuamente em atividade, na isca humana, durante todo o período das 24 horas. Cx. sacchettae e Ps. ferox revelaram ciclo nictimeral caracteristicamente noturno para o primeiro e diurno para o segundo. A influência crepuscular evidenciou-se com a ocorrência de nítidos picos endocrepusculares para An. cruzii, An. bellator e o caráter eocrepuscular para Cx. sacchettae. Aquelas duas espécies de Kerteszia confirmaram a presença de ritmo paracrepuscular. O Ae. scapularis ocorreu nas coletas efetuadas no aberto, ou seja, no meio extraflorestal onde não se registrou a presença de Ae. serratus. Comparando-se os resultados destas observações com aqueles obtidos no ambiente modificado e na mata da encosta, pôde-se traçar o perfil culicídeo dos quatro locais notando-se a ocorrência de nítida sucessão na fauna, conseqüente às alterações introduzidas pelo homem. Ae. scapularis e Cx. ribeirensis mostraram capacidade de adaptação ao ambiente humano, com a conseqüente importância epidemiológica que desse fenômeno se pode deduzir.

Publicado

1986-06-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Forattini, O. P., Gomes, A. de C., Natal, D., & Santos, J. L. F. (1986). Observações sobre atividade de mosquitos Culicidae em matas primitivas da planície e perfis epidemiológicos de vários ambientes no Vale do Ribeira, São Paulo, Brasil . Revista De Saúde Pública, 20(3), 178-203. https://doi.org/10.1590/S0034-89101986000300002