Ambiente familiar e desenvolvimento cognitivo infantil: uma abordagem epidemiológica

Autores/as

  • Susanne Anjos Andrade Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva
  • Darci Neves Santos Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva
  • Ana Cecília Bastos Universidade Federal da Bahia; Departamento de Psicologia
  • Márcia Regina Marcondes Pedromônico Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Fonoaudiologia
  • Naomar de Almeida-Filho Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva
  • Mauricio L Barreto Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000400014

Palabras clave:

Relações familiares, Cognição, Desenvolvimento infantil, Estudos transversais

Resumen

OBJETIVO: Analisar a associação entre a qualidade do estímulo doméstico e o desempenho cognitivo infantil, identificando o impacto da escolaridade materna sobre a qualidade dessa estimulação. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, com 350 crianças entre 17 e 42 meses, examinadas em 1999, em áreas centrais e periféricas de Salvador, Estado da Bahia. Utilizou-se um questionário socioeconômico, o inventário Home Observation for Measurement of the Environment Scale (HOME) para mensurar a estimulação no ambiente familiar, e a escala Bayley de desenvolvimento infantil. Foram realizadas análises univariadas e múltiplas, por meio da regressão linear, considerando nível de significância de 5%. RESULTADOS: Encontrou-se associação positiva (beta=0,66) e estatisticamente significante entre a qualidade da estimulação no ambiente doméstico e o desempenho cognitivo infantil. Parte do efeito da estimulação sobre a cognição foi mediada pela condição materna de trabalho e seu nível de escolaridade. Verificou-se que as crianças ocupando as primeiras ordens de nascimento, convivendo com reduzido número de menores de cinco anos, usufruem de melhor qualidade da estimulação no ambiente doméstico. Esse padrão de estimulação se mantém entre crianças convivendo com seus pais, cujas mães possuem melhor escolaridade, trabalham fora e convivem com companheiros no ambiente familiar. CONCLUSÕES: Confirma-se a importância da qualidade do estímulo doméstico para o desenvolvimento cognitivo infantil, além do relevante papel das condições materiais e dinâmica familiar. Os achados apontam a pertinência de ações de intervenção que favoreçam a qualidade do ambiente e da relação cuidador-criança para o desenvolvimento cognitivo.

Publicado

2005-08-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Andrade, S. A., Santos, D. N., Bastos, A. C., Pedromônico, M. R. M., Almeida-Filho, N. de, & Barreto, M. L. (2005). Ambiente familiar e desenvolvimento cognitivo infantil: uma abordagem epidemiológica . Revista De Saúde Pública, 39(4), 606-611. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000400014