Qualidade da atenção ao parto em maternidades do Rio de Janeiro

Autores/as

  • Eleonora d'Orsi Universidade do Sul de Santa Catarina; Faculdade de Medicina
  • Dóra Chor Fiocruz; Escola Nacional de Saúde Pública
  • Karen Giffin Fiocruz; Escola Nacional de Saúde Pública
  • Antonia Angulo-Tuesta Ministério da Saúde; Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
  • Gisele Peixoto Barbosa Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
  • Andrea de Souza Gama Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Faculdade de Serviço Social
  • Ana Cristina Reis Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
  • Zulmira Hartz Fiocruz; Coordenadoria Geral de Pós-graduação

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000400020

Palabras clave:

Saúde materno-infantil, Qualidade de serviços de saúde, Parto, Parto obstétrico, Parto normal, Pesquisa sobre serviços de saúde

Resumen

OBJETIVO: Avaliar a qualidade da atenção durante o processo de trabalho de parto de acordo com normas da Organização Mundial de Saúde. MÉTODOS: Trata-se de estudo do tipo caso-controle, realizado em duas maternidades: pública e conveniada com o Sistema Único de Saúde, no Município do Rio de Janeiro. A amostra foi composta por 461 mulheres na maternidade pública (230 partos vaginais e 231 cesáreas) e por 448 mulheres na maternidade conveniada (224 partos vaginais e 224 cesáreas). De outubro de 1998 a março de 1999, foram realizadas entrevistas com puérperas e revisão de prontuários. Foi construído escore sumarizador da qualidade do atendimento. RESULTADOS: Observou-se baixa freqüência de algumas práticas que devem ser encorajadas, como presença de acompanhante (1% na maternidade conveniada, em ambos os tipos de parto), deambulação durante o trabalho de parto (9,6% das cesáreas na maternidade pública e 9,9% dos partos vaginais na conveniada) e aleitamento na sala de parto (6,9% das cesáreas na maternidade pública e 8,0% das cesáreas na conveniada). Práticas comprovadamente danosas e que devem ser eliminadas como uso de enema (38,4%), tricotomia, hidratação venosa de rotina (88,8%), uso rotineiro de ocitocina (64,4%), restrição ao leito durante o trabalho de parto (90,1%) e posição de litotomia (98,7%) para parto vaginal apresentaram alta freqüência. Os melhores resultados do escore sumarizador foram obtidos na maternidade pública. CONCLUSÕES: As duas maternidades apresentam freqüência elevada de intervenções durante a assistência ao parto. A maternidade pública, apesar de atender clientela com maior risco gestacional, apresenta perfil menos intervencionista que maternidade conveniada. Procedimentos realizados de maneira rotineira merecem ser discutidos à luz de evidências de seus benefícios.

Publicado

2005-08-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

d'Orsi, E., Chor, D., Giffin, K., Angulo-Tuesta, A., Barbosa, G. P., Gama, A. de S., Reis, A. C., & Hartz, Z. (2005). Qualidade da atenção ao parto em maternidades do Rio de Janeiro . Revista De Saúde Pública, 39(4), 645-654. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000400020