Fatores de atraso na alta hospitalar em hospitais de ensino

Autores/as

  • Soraia Aparecida da Silva Hospital Odilon Behrens
  • Reginaldo Aparecido Valácio Hospital Odilon Behrens
  • Flávia Carvalho Botelho Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina
  • Carlos Faria Santos Amaral Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004971

Resumen

OBJETIVO Analisar os motivos de atraso na alta hospitalar de pacientes internados em enfermarias de clínica médica. MÉTODOS Foram analisados 395 prontuários de pacientes consecutivos das enfermarias de clínica médica de dois hospitais públicos de ensino: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e Hospital Odilon Behrens. Foi utilizado o Appropriateness Evaluation Protocol para definir o momento a partir do qual as anotações do prontuário permitiam concluir que a permanência no hospital não mais era adequada. O intervalo entre esse momento e a data da alta hospitalar efetivada definiu o total de dias de atraso na alta hospitalar. Foi utilizado, sistematicamente, instrumento para categorizar os motivos de atraso da alta hospitalar, tendo sido realizada análise de frequências. RESULTADOS O atraso na alta hospitalar ocorreu em 60,0% das 207 internações do Hospital das Clínicas e em 58,0% das 188 internações do Hospital Odilon Behrens. O atraso por paciente foi em média de 4,5 dias no primeiro e 4,1 dias no segundo, o que corresponde à taxa de ocupação de 23,0% e 28,0% em cada hospital, respectivamente. Os principais motivos de atraso nos dois hospitais foram, respectivamente: espera para realização de exames complementares (30,6% e 34,7%) ou para liberação dos laudos dos exames (22,4% e 11,9%) e os relacionados à responsabilidade médica (36,2% e 26,1%), compreendendo a demora na discussão do caso clínico e na tomada de decisão clínica e dificuldades nas interconsultas, respectivamente (20,4% e 9,1%). CONCLUSÕES Foi constatado percentual elevado de atraso na alta hospitalar nos dois hospitais. O atraso foi devido principalmente a fatores relacionados a processos, que podem ser melhorados por intervenções da equipe assistencial e dos gestores. O impacto na média de permanência hospitalar e na taxa de ocupação foi expressivo e preocupante, num cenário de relativa escassez de leitos e longas esperas por internação.

Publicado

2014-04-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Silva, S. A. da, Valácio, R. A., Botelho, F. C., & Amaral, C. F. S. (2014). Fatores de atraso na alta hospitalar em hospitais de ensino . Revista De Saúde Pública, 48(2), 314-321. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004971