Perceção de saúde na população portuguesa ? 35 anos*

Autores/as

  • João Paulo de Figueiredo Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra; Departamento de Ciências Complementares
  • Salvador Massano Cardoso Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra; Instituto de Higiene e Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005242

Resumen

OBJETIVO : Analisar a relação entre determinantes de saúde, satisfação com a vida, locus de controlo, atitudes e comportamentos com a qualidade de vida relacionada à saúde numa população adulta. MÉTODOS : Estudo observacional (analítico-transversal) com base metodológica quantitativa. A amostra foi de 1.214 habitantes ≥ 35 anos de 31 freguesias do Concelho de Coimbra, Portugal, 2011-2012. Foi realizado inquérito de saúde anónimo e voluntário com as seguintes informações: demográfica, inventário clínico, comportamentos de saúde e estilos de vida; qualidade de vida relacionada à saúde (Medical Outcomes Study, Short Form-36); locus de controlo da saúde; questionário de atitudes e comportamentos de saúde e índice de qualidade de vida. Para análise estatística foram utilizados os métodos: Correlação Linear de Pearson; t-Student; Wilcoxon-Mann-Whitney; ANOVA a um Fator; F de Brown-Forsythe; Kruskal-Wallis; Comparações Múltiplas: Tukey HSD, Games-Howell e Conover. RESULTADOS : A qualidade de vida relacionada à saúde esteve diminuída no sexo feminino, nos grupos etários mais avançados, nos indivíduos com excesso de peso/obesidade, baixas habilitações, viúvos, sozinhos, residentes no meio rural/suburbano, inativos profissionalmente e estatuto socioeconómico médio baixo. Expressaram piores indices de saúde: os inquiridos com autoperceção de saúde de mau/muito mau (p < 0,0001), na presença de doença crónica, a sua frequência (p < 0,0001), que consumiam < 3 refeições diárias (p ≤ 0,01), os sedentários, os que dormiam ≤ 6 h/dia; e os com maior número de anos de tabagismo. A qualidade de vida relacionada à saúde esteve positivamente associada com maior locus de controlo interno, melhores atitudes e comportamentos de saúde (atividade física, cuidados alimentares e de saúde, duração da dependência) e com diferentes áreas de satisfação com a vida. CONCLUSÕES : Determinadas características sociais e psicológicas, familiares e de saúde, estilos de vida adequados, melhores condições socioeconómicas, bom locus de controlo interno sobre a saúde e atitudes e comportamentos evidenciaram melhor qualidade de vida relacionada à saúde.

Publicado

2014-06-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Figueiredo, J. P. de, & Cardoso, S. M. (2014). Perceção de saúde na população portuguesa ? 35 anos* . Revista De Saúde Pública, 48(3), 406-427. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005242