Prevalência da automedicação na população adulta do Brasil: revisão sistemática

Autores

  • Paulo Henrique Faria Domingues Universidade de Brasília; Faculdade de Medicina
  • Taís Freire Galvão Universidade Federal do Amazonas; Hospital Universitário Getúlio Vargas
  • Keitty Regina Cordeiro de Andrade Universidade de Brasília; Faculdade de Medicina
  • Pedro Terra Teles de Sá Universidade de Brasília; Faculdade de Medicina
  • Marcus Tolentino Silva Universidade Federal do Amazonas; Faculdade de Medicina
  • Mauricio Gomes Pereira Universidade de Brasília; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005709

Resumo

OBJETIVO Avaliar a prevalência da automedicação na população adulta do Brasil. MÉTODOS Revisão sistemática de estudos transversais de base populacional. Foram utilizadas as seguintes bases bibliográficas: Medline, Embase, Scopus, ISI, CINAHL, Cochrane Library, CRD, Lilacs, SciELO, Banco de teses da Capes e Portal Domínio Público. Foram adicionalmente examinadas as listas de referências bibliográficas dos estudos relevantes para identificar artigos potencialmente elegíveis. Não foram aplicadas restrições por data de publicação, idioma ou status de publicação. Dados referentes à publicação, população, métodos e prevalência da automedicação foram extraídos por três pesquisadores independentes. Avaliou-se a qualidade metodológica seguindo oito critérios relacionados à amostragem, mensuração e apresentação dos resultados. As prevalências foram obtidas dos participantes que utilizavam pelo menos um medicamento durante o período recordatório dos estudos. RESULTADOS A triagem na literatura identificou 2.778 registros, dos quais 12 foram incluídos para análise. A maioria foi realizada na região Sudeste, após o ano 2000 e com período recordatório de 15 dias. Apenas cinco estudos alcançaram alta qualidade metodológica, dos quais um estudo com período recordatório de sete dias mostrou prevalência de automedicação de 22,9% (IC95% 14,6;33,9). A prevalência da automedicação nos três estudos de alta qualidade metodológica com período recordatório de 15 dias foi 35,0% (IC95% 29,0;40,0, I2 = 83,9%) na população adulta brasileira. CONCLUSÕES Apesar das diferenças encontradas nas metodologias dos estudos incluídos, os resultados dessa revisão sistemática indicam que significante proporção da população adulta brasileira se automedica. Sugere-se padronização entre os métodos dos futuros estudos que avaliem a prática da automedicação no Brasil.

Publicado

2015-01-01

Edição

Seção

Revisão

Como Citar

Domingues, P. H. F., Galvão, T. F., Andrade, K. R. C. de, Sá, P. T. T. de, Silva, M. T., & Pereira, M. G. (2015). Prevalência da automedicação na população adulta do Brasil: revisão sistemática. Revista De Saúde Pública, 49, 1-8. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005709