ERICA: prevalência de síndrome metabólica em adolescentes brasileiros

Autores

  • Maria Cristina C Kuschnir Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Faculdade de Ciências Médicas; Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente
  • Katia Vergetti Bloch Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
  • Moyses Szklo Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
  • Carlos Henrique Klein Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública
  • Laura Augusta Barufaldi Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
  • Gabriela de Azevedo Abreu Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Beatriz Schaan Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Hospital de Clínicas de Porto Alegre
  • Gloria Valeria da Veiga Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Nutrição Josué de Castro
  • Thiago Luiz Nogueira da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Estudos em Saúde Coletiva
  • Maurício T L de Vasconcellos Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Escola Nacional de Ciências Estatísticas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S01518-8787.2016050006701

Resumo

OBJETIVO Determinar a prevalência de síndrome metabólica e de seus componentes em adolescentes brasileiros. MÉTODOS Foram avaliados 37.504 adolescentes, participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), estudo transversal de âmbito nacional e de base escolar. Os adolescentes, de 12 a 17 anos de idade, residiam em municípios com mais de 100 mil habitantes. A amostra foi estratificada e conglomerada em escolas e turmas. Os critérios daInternational Diabetes Federation foram utilizados para definir síndrome metabólica. Prevalências de síndrome metabólica foram estimadas segundo sexo, faixa etária, tipo de escola e estado nutricional. RESULTADOS Dos 37.504 adolescentes, 50,2% eram do sexo feminino; 54,3% tinham de 15 a 17 anos e 73,3% estudavam em escolas públicas. A prevalência nacional de síndrome metabólica foi 2,6% (IC95% 2,3-2,9), discretamente maior no sexo masculino e naqueles de 15 a 17 anos na maioria das macrorregiões. A prevalência foi a maior nos residentes na macrorregião Sul, nas adolescentes mais jovens e nos adolescentes mais velhos. A prevalência foi maior nas escolas públicas (2,8% [IC95% 2,4-3,2]) que nas escolas privadas (1,9% [IC95% 1,4-2,4]) e nos adolescentes obesos em comparação aos não obesos. As combinações de componentes mais frequentes, respondendo por 3/4 das combinações, foram: circunferência de cintura elevada, HDL-colesterol baixo e pressão arterial elevada, seguida de circunferência da cintura elevada, lipoproteína de alta densidade (HDL-c) baixo e triglicerídeos elevados, e wpor circunferência da cintura elevada, HDL baixa e triacilgliceróis e pressão arterial elevados. A HDL baixa foi o segundo componente mais frequente, mas a maior prevalência de síndrome metabólica (26,8%) foi observada na presença de triglicerídeos elevado. CONCLUSÕES O ERICA é o primeiro estudo nacional a apresentar prevalências de síndrome metabólica e descrever a participação dos seus componentes. Apesar de a prevalência da síndrome metabólica ter sido baixa, as altas prevalências de alguns componentes e de participação de outros na composição da síndrome torna importante o diagnóstico precoce de tais alterações, mesmo que não agrupadas na síndrome metabólica.

Publicado

2016-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Kuschnir, M. C. C., Bloch, K. V., Szklo, M., Klein, C. H., Barufaldi, L. A., Abreu, G. de A., Schaan, B., Veiga, G. V. da, Silva, T. L. N. da, & Vasconcellos, M. T. L. de. (2016). ERICA: prevalência de síndrome metabólica em adolescentes brasileiros . Revista De Saúde Pública, 50(suppl. 1), 11s. https://doi.org/10.1590/S01518-8787.2016050006701