Promoção da notificação de reações adversas a medicamentos: comparação de estratégias

Autores

  • Inês Ribeiro-Vaz Universidade do Porto; Faculdade de Medicina; Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde
  • Cristina Costa Santos Universidade do Porto; Faculdade de Medicina; Departamento de Ciências da Informação e da Decisão em Saúde
  • Ricardo Cruz-Correia Universidade do Porto; Faculdade de Medicina; Departamento de Ciências da Informação e da Decisão em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050006122

Resumo

OBJETIVO Descrever diferentes abordagens de promoção da notificação de reações adversas a medicamentos entre os profissionais de saúde, determinando o seu custo-eficácia. MÉTODOS Foram analisadas e comparadas estratégias adotadas pela Unidade de Farmacovigilância do Norte (Portugal) para promoção da notificação de reações adversas a medicamentos. As estratégias foram comparadas quanto ao número e relevância das notificações de reações adversas a medicamentos obtidas e quanto aos custos envolvidos. Os custos por notificação foram calculados somando os custos iniciais e os custos de manutenção de cada estratégia. Esses custos foram então divididos pelo número de notificações obtidas em cada intervenção, para avaliar o seu custo-eficácia. RESULTADOS Todas as abordagens aumentaram o número de notificações de reações adversas a medicamentos. O maior aumento foi observado com os protocolos (321 notificações de reações adversas a medicamentos ganhas, custando 1,96 € cada), seguidos pela primeira abordagem educacional (265 notificações, 20,31 € cada) e pela colocação de hyperlinks (136 notificações, 15,59 € cada). Com relação à gravidade das reações adversas a medicamentos, os protocolos foram a estratégia mais eficiente, custando 2,29 € cada notificação, seguida da colocação de hyperlinks (30,28 € cada, sem custos de manutenção). Quanto às reações adversas a medicamentos inesperadas, o melhor resultado pertenceu aos protocolos (5,12 € cada notificação), seguido por uma primeira abordagem educativa (38,79 € cada notificação). CONCLUSÕES Os autores recomendam a implementação de protocolos em outros centros de farmacovigilância. De fato, estes parecem ser a intervenção mais eficaz, permitindo receber notificações de RAM com custos mais baixos, aplicando-se este aumento tanto ao número total de notificações de reações adversas a medicamentos, como à gravidade, imprevisibilidade e alto grau de causalidade atribuído a elas. Ainda assim, a colocação de hyperlinks apresenta a vantagem de não envolver custos de manutenção, por isso tem o segundo melhor desempenho no indicador custo por notificação de reações adversas a medicamentos.

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Publicado

2016-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Ribeiro-Vaz, I., Santos, C. C., & Cruz-Correia, R. (2016). Promoção da notificação de reações adversas a medicamentos: comparação de estratégias . Revista De Saúde Pública, 50, 14. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050006122