Prevalência da automedicação no Brasil e fatores associados

Autores

  • Paulo Sérgio Dourado Arrais Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem; Departamento de Farmácia
  • Maria Eneida Porto Fernandes Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem; Departamento de Farmácia
  • Tatiane da Silva Dal Pizzol Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Farmácia; Departamento de Produção e Controle de Medicamentos
  • Luiz Roberto Ramos Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Sotero Serrate Mengue Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Departamento de Medicina Social
  • Vera Lucia Luiza Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica
  • Noemia Urruth Leão Tavares Universidade de Brasília; Faculdade de Ciências da Saúde; Departamento de Farmácia
  • Mareni Rocha Farias Universidade Federal de Santa Catarina; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Ciências Farmacêuticas
  • Maria Auxiliadora Oliveira Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica
  • Andréa Dâmaso Bertoldi Universidade Federal de Pelotas; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006117

Resumo

OBJETIVO Analisar a prevalência e os fatores associados à utilização de medicamentos por automedicação no Brasil. MÉTODOS Este estudo transversal de base populacional foi realizado com dados da Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de medicamentos (PNAUM), coletados de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, por meio de entrevistas em domicílio. Todas as pessoas que referiram usar qualquer medicamento sem prescrição por médico ou dentista foram classificadas como praticantes de automedicação. Foram calculadas razões de prevalência bruta e ajustada (regressão de Poisson) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% na investigação dos fatores associados ao consumo de medicamentos por automedicação. As variáveis independentes foram: aspectos sociodemográficos, de condições de saúde e de acesso e utilização de serviços de saúde. Adicionalmente, foram identificados os medicamentos mais consumidos por automedicação. RESULTADOS A prevalência da automedicação no Brasil foi de 16,1% (IC95% 15,0–17,5), sendo maior na região Nordeste (23,8%; IC95% 21,6–26,2). Após análise ajustada, automedicação mostrou-se associada a ser do sexo feminino, pertencer às faixas etárias 10-19 anos, 20-29 anos, 40-59 anos e 60 anos ou mais, residir na região Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, e ter uma ou duas ou mais doenças crônicas. Os analgésicos e os relaxantes musculares foram os grupos terapêuticos mais utilizados por automedicação, sendo a dipirona o fármaco mais consumido. No geral, a maioria dos medicamentos usados por automedicação foram classificados como isentos de prescrição (65,5%). CONCLUSÕES A automedicação é prática corrente no Brasil e envolve, principalmente, o uso de medicamentos isentos de prescrição, devendo os usuários ficarem atentos aos seus possíveis riscos.

Publicado

2016-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Arrais, P. S. D., Fernandes, M. E. P., Pizzol, T. da S. D., Ramos, L. R., Mengue, S. S., Luiza, V. L., Tavares, N. U. L., Farias, M. R., Oliveira, M. A., & Bertoldi, A. D. (2016). Prevalência da automedicação no Brasil e fatores associados . Revista De Saúde Pública, 50(supl2), 13s. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006117