Dificuldades de acesso e estimativas de leitos públicos para unidades de terapia intensiva no estado do Rio de Janeiro

Autores

  • Rosane Sonia Goldwasser Universidade Federal do Rio de Janeiro; Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
  • Maria Stella de Castro Lobo Universidade Federal do Rio de Janeiro; Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
  • Edilson Fernandes de Arruda Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
  • Simone Aldrey Angelo Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
  • José Roberto Lapa e Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina; Departamento de Clínica Médica
  • André Assis de Salles Universidade Federal do Rio de Janeiro; Escola Politécnica; Departamento de Engenharia Industrial
  • Cid Marcos David Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina; Departamento de Clínica Médica

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005997

Resumo

OBJETIVO Determinar o número necessário de leitos públicos de unidades de terapia intensiva para adultos no estado do Rio de Janeiro para atender à demanda existente, e comparar os resultados com a recomendação do Ministério da Saúde. MÉTODOS Seguiu-se modelo híbrido que agrega séries temporais e teoria de filas para prever a demanda e estimar o número de leitos necessários. Foram considerados quatro cenários de fluxo de pacientes, de acordo com as solicitações de vagas, proporção de desistências e tempo médio de permanência no leito de unidade de terapia intensiva. Os resultados foram confrontados com os parâmetros do Ministério da Saúde. Os dados foram obtidos da Central Estadual de Regulação, de 2010 a 2011. RESULTADOS Houve 33.101 solicitações médicas para 268 leitos de unidade de terapia intensiva regulados no Rio de Janeiro. Com tempo médio de permanência das unidades de terapia intensiva reguladas de 11,3 dias, haveria necessidade de 595 leitos ativos para garantir a estabilidade do sistema e 628 leitos para o tempo máximo na fila de seis horas. Deduzidas as atuais taxas de desistência por melhora clínica (25,8%), estes números caem para 441 e 471. Com tempo médio de permanência de 6,5 dias, o número necessário seria de 342 e 366 leitos, respectivamente; deduzidas as taxas de desistência, de 254 e 275. O Ministério da Saúde estabelece parâmetro de 118 a 353 leitos. Embora o número de leitos regulados esteja na faixa recomendada, necessita-se incremento de 122,0% de leitos para garantir a estabilidade do sistema e de 134,0% para um tempo máximo de espera de seis horas. CONCLUSÕES O dimensionamento adequado de leitos deve considerar os motivos de limitações de acesso oportuno e a gestão do fluxo de pacientes em um cenário que associa priorização das solicitações com menor tempo médio de permanência.

Publicado

2016-01-01

Edição

Seção

Prática de Saúde Pública

Como Citar

Goldwasser, R. S., Lobo, M. S. de C., Arruda, E. F. de, Angelo, S. A., Silva, J. R. L. e, Salles, A. A. de, & David, C. M. (2016). Dificuldades de acesso e estimativas de leitos públicos para unidades de terapia intensiva no estado do Rio de Janeiro . Revista De Saúde Pública, 50, 19. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005997