Violência por parceiro íntimo após diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis

Autores

  • Roumayne Fernandes Vieira Andrade Universidade de Fortaleza; Centro de Ciências da Saúde
  • Maria Alix Leite Araújo Universidade de Fortaleza; Centro de Ciências da Saúde
  • Luiza Jane Eyre de Souza Vieira Universidade de Fortaleza; Centro de Ciências da Saúde
  • Cláudia Bastos Silveira Reis Universidade de Fortaleza; Centro de Ciências da Saúde
  • Angélica Espinosa Miranda Universidade Federal do Espírito Santo; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005424

Palavras-chave:

Doenças Sexualmente Transmissíveis, diagnóstico, MausTratos Conjugais, Violência, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO Analisar a prevalência e fatores associados à violência por parceiro íntimo após diagnóstico de doença sexualmente transmissível.MÉTODOS Estudo transversal realizado em Fortaleza, CE, em 2012, com 221 pessoas (40,3% do sexo masculino e 59,7% do feminino) atendidas em serviços de referência para tratamento de doenças sexualmente transmissíveis. Os dados foram coletados por meio de questionário aplicado face a face aos participantes. Realizou-se análise multivariada com modelo de regressão logística, utilizando-se a técnica de stepwise. Para análise ajustada, permaneceram as variáveis que tiveram o valor de p < 0,05. Como medida de efeito, usou-se a razão de chances (OR) com intervalo de confiança de 95%.RESULTADOS Referiram ter sofrido violência após o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis 30,3% dos participantes (27,6% psicológica, 5,9% física e 7,2% sexual). Na análise multivariada ajustada para sofrer violência por parceiro íntimo após a revelação do diagnóstico de doença sexualmente transmissível, mantiveram significância estatística: ter tido relações extraconjugais (OR = 3,72; IC95% 1,91;7,26; p = 0,000), parceiro usar álcool (OR = 2,16; IC95% 1,08;4,33; p = 0,026), sofrer violência antes do diagnóstico (OR = 2,87; IC95% 1,44;5,69; p = 0,003) e ter receio de revelar o diagnóstico ao parceiro (OR = 2,66; IC95% 1,32;5,32; p = 0,006).CONCLUSÕES Pessoas que tiveram relações extraconjugais, que sofreram violência antes do diagnóstico e que tiveram receio de revelar o diagnóstico ao parceiro, bem como o parceiro fazer uso de álcool, tiveram as chances aumentadas para sofrer violência. A prevalência elevada de violência por parceiro íntimo sugere que pessoas com diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis é uma população crítica para a qual devem ser direcionados esforços de intervenção, e que os serviços de referência para atendimento das doenças sexualmente transmissíveis podem ser locais estratégicos para identificar e prevenir a violência por parceiro íntimo.

Publicado

2015-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Andrade, R. F. V., Araújo, M. A. L., Vieira, L. J. E. de S., Reis, C. B. S., & Miranda, A. E. (2015). Violência por parceiro íntimo após diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis. Revista De Saúde Pública, 49, 3. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005424