Padrões espaciais da hanseníase em um estado hiperendêmico no Norte do Brasil, 2001-2012

Autores

  • Lorena Dias Monteiro Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins
  • Francisco Rogerlândio Martins-Melo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará; Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia do Ceará
  • Aline Lima Brito Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Medicina; Departamento de Saúde Comunitária; Universidade Federal do Ceará
  • Carlos Henrique Alencar Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Medicina; Departamento de Saúde Comunitária; Universidade Federal do Ceará
  • Jorg Heukelbach James Cook University; Anton Breinl Centre for Public Health and College of Public Health, Medical and Veterinary; Division of Tropical Health and Medicine; James Cook University

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005866

Palavras-chave:

Hanseníase, epidemiologia, Análise Espacial, Doenças Endêmicas, Doenças Negligenciadas, Vigilância Epidemiológica

Resumo

RESUMO OBJETIVO : Descrever os padrões espaciais da hanseníase no estado do Tocantins. MÉTODOS : Estudo baseado em dados de morbidade obtidos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Foram incluídos todos os casos novos de hanseníase residentes no estado do Tocantins, entre 2001 a 2012. Além da descrição dos indicadores gerais da doença, foi realizada análise espacial descritiva, análise bayesiana empírica local e análise de dependência espacial por meio dos índices de Moran global e local. RESULTADOS : Foram registrados 14.532 casos novos no período estudado. Pelo coeficiente de detecção geral, 77,0% dos municípios foram classificados como hiperendêmicos (>; 40 casos/100.000 habitantes). Para a detecção em menores de 15 anos, 65,4% foram hiperendêmicos (10,0 a 19,9 casos/100 mil habitantes), e 26,6% apresentaram detecção com grau 2 de incapacidade entre 5,0 e 9,9 casos/100 mil habitantes. Houve sobreposição geográfica de aglomerados de municípios com elevados coeficientes de detecção em áreas hiperendêmicas. Foram identificados aglomerados de alto risco para ocorrência (índice global de Moran: 0,51; p < 0,001), transmissão ativa (0,47; p < 0,001) e diagnóstico tardio da doença (0,44; p < 0,001), localizados principalmente nas regiões centro-norte e sudoeste do estado. CONCLUSÕES : Existem aglomerados de elevado risco para transmissão e diagnóstico tardio da hanseníase no estado do Tocantins. As medidas de vigilância e controle devem ser priorizadas nos municípios de alto risco identificados.

Publicado

2015-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Monteiro, L. D., Martins-Melo, F. R., Brito, A. L., Alencar, C. H., & Heukelbach, J. (2015). Padrões espaciais da hanseníase em um estado hiperendêmico no Norte do Brasil, 2001-2012. Revista De Saúde Pública, 49, 84. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005866